O ar condicionado tem quase 100 anos, mas não evoluiu muito – a tecnologia é essencialmente a mesma e sofreu poucas alterações desde que foi inventada.
O ar condicionado mudou as nossas vidas, mas tudo por um preço: de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), o arrefecimento do ar é responsável por 10% do consumo de eletricidade do planeta.
À medida que a temperatura tende a aumentar, a procura por ares condicionados vai crescer, especialmente nos países em desenvolvimento, o que, por sua vez, aumentará o impacto que os aparelhos de refrigeração têm sobre o clima, aquecendo ainda mais a Terra – um verdadeiro ciclo vicioso.
Segundo a CNN, a tecnologia atual é insustentável. Por esse motivo, o Governo indiano e o Rocky Mountain Institute (RMI), uma organização ambiental sem fins lucrativos, lançaram o Global Cooling Prize no ano passado, um concurso para desenhar e planear a próxima geração de sistemas de refrigeração a ar.
O Global Cooling Prize definiu diretrizes específicas para os participantes, que foram encarregados de projetar uma solução de arrefecimento de ar com cinco vezes menos impacto climático do que as de hoje, o que significa que poderiam ajudar a neutralizar os efeitos ambientais do crescimento esperado no futuro.
Para permitir a eficiência aprimorada, os projetos propostos foram autorizados a serem mais caros do que os ares condicionados atuais. O preço mais alto seria, em teoria, compensado pelos custos operacionais mais baratos.
Neste outono, os candidatos vão testar os seus ares condicionados e o vencedor receberá um prémio de 1 milhão de dólares em março de 2021.
A verdade é que uma única mudança na nossa abordagem de eficiência energética pode permitir salvar o planeta. A Agência Internacional de Energia prevê que o número de ACs irá aumentar de 1,6 mil milhões para 5,6 mil milhões em 2050. Nos próximos 30 anos, dez aparelhos de ar condicionado serão vendidos a cada segundo.
A maioria dos equipamentos vendidos atualmente são 2 a 3 vezes menos eficientes do que os melhores do mercado, dado que os consumidores optam por opções mais baratas. Mas, enquanto a indústria continua os seus esforços para tornar estas unidades mais eficientes, podemos – e devemos – tomar medidas para impulsionar a adoção dos melhores equipamentos já disponíveis.