A Arménia e o Azerbaijão concordaram esta sexta-feira em iniciar um cessar-fogo na região separatista de Nagorno-Karabahk, palco de combates, anunciou a diplomacia russa, na sequência de negociações em Moscovo.
“O cessar-fogo vai começar a partir das 12:00 (09:00 em Lisboa) de 10 de outubro para fins humanitários”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, ao ler um comunicado no final das negociações entre os chefes da diplomacia.
Os dois lados chegaram também a acordo para iniciar “negociações substanciais” para uma resolução pacífica no enclave de Nagorno-Karabakh, de acordo com um comunicado.
“O Azerbaijão e a Arménia, sob a mediação dos presidentes do grupo de Minsk da OSCE [Organização para a Segurança e Cooperação da Europa](…) comprometeram-se em realizar negociações substanciais para chegar rapidamente a uma resolução pacífica” do conflito no Nagorno-Karabakh, indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, num comunicado divulgado no final do encontro, que se prolongou por dez horas.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Arménia e do Azerbaijão foram convidados a deslocar-se a Moscovo pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com o objetivo de procurar uma solução para o conflito no enclave de Nagorno-Karabakh e estudar um possível cessar-fogo “por razões humanitárias”.
O conflito no enclave remonta aos tempos da União Soviética, quando no final da década de 1980 o território azerbaijano de Nagorno-Karabakh, povoado principalmente por arménios, solicitou a incorporação na vizinha Arménia, desencadeando um conflito que causou cerca de 25 mil mortos. No final do conflito, que durou até 1994, as forças arménias assumiram o controle de Nagorno-Karabakh e ocuparam vastos territórios do Azerbaijão, a que chamam “faixa de segurança”.
O Azerbaijão afirma que a solução para o conflito com a Arménia passa necessariamente pela libertação dos territórios ocupados, uma exigência que tem sido apoiada por várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU. Já Arménia apoia o direito à autodeterminação de Nagorno-Karabakh e defende a participação de representantes do território separatista nas negociações para a resolução do conflito.
// Lusa