De acordo com a polícia local, uma segunda mulher dalit morreu na Índia após ter sido violada por dois homens. Outro caso semelhante aconteceu esta semana, depois de uma jovem de 19 anos, do mesmo grupo social, também ter morrido depois de ter sido violentada.
O segundo caso diz respeito a uma jovem de 22 anos, que foi violada na terça-feira por dois homens, acabando depois por morreu a caminho do hospital no Estado de Uttar Pradesh. Em declarações à NDTV, a mãe da vítima explicou que “Ela foi deixada em frente a nossa casa. A minha filha mal se conseguia levantar ou falar”.
A jovem pertencia ao grupo social dalit, que anteriormente eram chamados de “intocáveis”. Este grupo está à margem do rígido sistema de castas da Índia, sendo normalmente uma comunidade bastante desfavorecida e com graves problemas socioeconómicos.
O ataque à jovem de 22 anos ocorreu no distrito de Balrampur, em Uttar Pradesh. Segundo a polícia local, os dois suspeitos foram presos e acusados de violação coletiva e homicídio. As autoridades indicaram que a investigação ainda está em curso, e que os suspeitos poderão ser julgados por um tribunal especial.
Contudo, esta semana já tinha ocorrido um crime do mesmo género. A cerca de 500 quilómetros de Balrampur, outra jovem da comunidade dalit foi violada em setembro – alegadamente por quatro homens de castas superiores – acabando também por não resistir aos ferimentos e morrer esta terça-feira no hospital onde se encontrava internada.
A morte da jovem indiana gerou uma onde de protestos em Nova Deli, e em várias cidades de Uttar Pradesh.
A deputada Priyanka Chaturvedi recordou, através de uma publicação no Twitter, que “a morte de uma rapariga de 19 anos por causa de uma violação é mais uma lembrança das falhas da lei, e no sistema em Uttar Pradesh. Durante quanto tempo vão as mulheres continuar a enfrentar um ambiente inseguro sem apoio do sistema?”.
Estes novos casos de violação ocorrem após a execução, a 20 de março, de quatro homens que violaram em grupo e assassinaram uma estudante num autocarro em Nova Deli, em dezembro de 2012 – um crime que se tornou um símbolo da violência sexual contra as mulheres na Índia.
Os cerca de 200 milhões de dalit indianos sofrem agressões e discriminação há muito tempo, mas de acordo com os seus defensores, as agressões aumentaram durante a pandemia causada pelo novo coronavírus.
Em 2019, uma média de 87 violações diárias foi registada na Índia e os crimes contra as mulheres aumentaram em mais de 7% por ano, de acordo com dados oficiais divulgados na terça-feira.
No entanto, este número poderá ser muito superior, uma vez que muitas das violações não são denunciadas.
ZAP // Lusa
Chamar aos “dalit” intocáveis não é nenhum privilégio. (eu sei que não foi isso que os jornalistas disseram, vá lá, não fiquem já ofendidos) É que na Índia existem seres humanos que em nome de uma Religião são considerados os restos. Ou seja são seres quase não humanos, são considerados nojentos e por isso não se podem tocar, são intocáveis. Algumas pessoas nem sabem a sorte que têm por terem nascido cristãs.
Religiões!…
Como se pode chamar “a maior democracia do mundo” a esse país com uma sociedade de castas sendo que a igualdade é um dos pilares da democracia? O que faz a propaganda!…