A polícia de Paris deteve um segundo homem suspeito de envolvimento no ataque com arma branca perpetrado, esta sexta-feira, perto da antiga redação do jornal satírico Charlie Hebdo.
“O autor principal está detido e um segundo indivíduo foi também detido“, disse o procurador da República francês, Rémy Heitz, à imprensa no local, ao lado do primeiro-ministro, Jean Castex, e o ministro do Interior, Gérald Darmanin.
Relativamente ao segundo detido, o procurador precisou que a polícia está a “verificar a sua relação com o autor principal”. Segundo fonte judicial, citada pela imprensa francesa, este segundo suspeito foi detido no metro de Paris.
Esta manhã, um homem atacou com arma branca duas pessoas na rua Nicolas Appert, junto ao edifício da antiga redação do Charlie Hebdo, ferindo-as com gravidade. O suspeito foi detido pouco depois na Praça da Bastilha, perto do local do ataque.
Segundo a polícia, as vítimas estão em estado grave, mas não correm perigo de vida. A agência noticiosa Premières Lignes, que funciona no edifício, confirmou à rádio France 2 que dois dos seus trabalhadores, “um homem e uma mulher”, foram feridos no ataque.
A Procuradoria antiterrorismo francesa assumiu a investigação ao ataque, abrindo um inquérito por “tentativa de homicídio relacionado com ato terrorista e organização terrorista criminosa”.
A antiga redação do Charlie Hebdo, na zona leste de Paris, foi palco, a 7 de janeiro de 2015, de um ataque jihadista que fez 12 mortos e cinco feridos graves. O jornal satírico mudou as suas instalações depois do ataque.
O julgamento dos presumíveis cúmplices desse e de outros ataques jihadistas em Paris está a decorrer, desde o início de setembro, na capital francesa, já que os irmãos Kouachi – que conseguiram entrar na redação – foram abatidos pela polícia alguns dias após o crime.
ZAP // Lusa