O diretor da agência espacial russa (Roscosmos), Dmitry Rogozin, disse na semana passada que Vénus é um “planeta russo”, aludindo às expedições bem sucedida do seu país no planeta em meados dos anos 60, 70 e 80.
“O nosso país foi o primeiro e o único a pousar com sucesso em Vénus (…) A nave espacial [russa] recolheu informações sobre este planeta – e sobre como é o inferno lá”, disse o responsável da Roscosmos, citado pelo jornal russo The Moscow Times.
E continuou, num comunicado citado pela Euronews: “A enorme lacuna entre a União Soviética e os seus concorrentes na investigação sobre Vénus contribuiu para o facto de os Estados Unidos apelidarem Vénus de planeta soviético“.
As declarações do líder da agência espacial russa surgem poucos dias depois de uma equipa de cientistas, das qual faz parte a especialista portuguesa Clara Sousa e Silva, ter encontrado potenciais sinais de vida nas nuvens de Vénus.
A equipa detetou fosfina na atmosfera superior de Vénus, e os fenómenos conhecidos atualmente não conseguem explicar a sua origem. A deteção deixou os investigadores com duas possibilidades em mãos: ou existe um mecanismo completamente desconhecido que consegue produzir esse gás ou a fonte é biológica.
O estudo foi publicado na passada segunda-feira na revista Nature Astronomy.
Rogozin revelou ainda, um dia depois do anúncio desta investigação, que a Rússia pretende levar a cabo um projeto nacional para explorar o planeta, uma vez que a nação acredita que “Vénus é um planeta russo”. A nova missão será independente e seria paralela à missão de colaboração Venera-D, já planeada com os Estados Unidos.