Está a ser difícil contratar médicos para as Brigadas de Intervenção Rápida dos lares que foram anunciadas pelo Governo. Mesmo a receberem acima da tabela de pagamentos, os médicos receiam a falta de condições e a responsabilidade acrescida em tempos de pandemia.
Dos 20 especialistas ou médicos de família e de medicina geral que deveriam integrar as Brigadas de Intervenção Rápida nos lares nenhum foi ainda contratado, conforme avança ao Expresso o director de operações da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), Ricardo Garcia.
“Não tem sido fácil encontrar médicos para trabalhar nos lares, sobretudo no Interior. A alternativa tem sido o regime de prevenção, estar de chamada ao lar quando necessário, e em prestação de serviços”, explica Ricardo Garcia.
“A falta de condições também está a dificultar o recrutamento. Por exemplo, não existir um gabinete ventilado no lar”, refere o responsável da CVP.
A “responsabilidade acrescida” leva também os médicos a recusarem integrar estas Brigadas, mesmo a receberem acima da tabela pública, com valores a rondarem os 50 euros por hora, segundo destaca o Expresso.
Ricardo Garcia nota, contudo, que existe “um pré-acordo para garantir os cuidados clínicos”, realçando que tem a informação de que pode haver “alguma confiança na existência e colocação desses colaboradores” médicos que terão como tarefas prestar cuidados rotineiros como “assegurar o controlo das doenças crónicas, renovar medicação, avaliar o estado de saúde”.
Estas Brigadas Rápidas devem incluir 400 elementos nos 18 distritos do país, sendo que, neste momento, estão já contratados 275 ajudantes e auxiliares que vão garantir que os idosos não ficam ao abandono no caso de quarentena de funcionários.
Em processo de negociação está a contratação de 85 enfermeiros e de 20 psicólogos.
A bolsa de voluntários da Ordem dos Enfermeiros tem ajudado a dirimir a dificuldade de recrutamento no caso destes profissionais que serão também pagos acima da tabela.
Os ajudantes e auxiliares são indicados pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional e são desempregados ou trabalhadores em lay-off ou com horários reduzidos. Estes profissionais vão ter formação já depois de serem colocados nos lares.
Deixem-se de tretas. O problemas nos lares é e foi um inadequado ou inexistente plano de prevenção da COVID-19. Não é com médicos ou enfermeiros que se resolve. Previne-se com um adequado plano de prevenção e testagem a todos aqueles que entram e saem da instituição, que devem ser testados com frequência e claro com uma adequada utilização da etiqueta respiratória, controlo da temperatura corporal, desinfeção frequente das mãos, desinfeção do calçado à entrada, entre outras medidas profiláticas e de contenção do vírus.
Não nos queremos comparar com a Suécia relativamente à sua postura face aos mais velhos, durante a pandemia. Mas o que é isto senão negligência e desinteresse pelos problemas desses mais velhos que além da idade que têm ainda se encontram trancados em lares e, por consequência, muito mais vulneráveis?!