O Banco de Portugal (BdP) defendeu que o Novo Banco fez bons negócios na venda de crédito malparado e imóveis que herdou do antigo Banco Espírito Santo (BES).
De acordo com o Dinheiro Vivo, o Banco de Portugal (BdP) disse que as vendas de ativos do Novo Banco, nomeadamente carteiras de imóveis e participações em empresas, “foram realizadas em condições adequadas de mercado” e “os preços obtidos corresponderam ao melhor preço que seria possível obter, em cada momento e circunstância”.
A instituição de supervisão liderada pelo antigo ministro das Finanças, Mário Centeno, indicou ainda que não vê irregularidades e que não há nenhum problema em que o banco faça negócios com empresas ligadas ao seu acionista, a Lone Star.
O BdP considera ainda que a cláusula que limita as vendas de ativos a partes relacionadas foi “plenamente atingida”.
Na terça-feira, António Ramalho, presidente do Novo Banco, disse, no Parlamento, que o banco cumpre as obrigações legais nas vendas de ativos e que sai da instituição se houver alguma transação com entidades relacionadas com o acionista Lone Star.
O Ministério das Finanças disse que o relatório da auditoria da Deloitte ao BES/Novo Banco revelava perdas líquidas de 4.042 milhões de euros no Novo Banco (entre 4 de agosto de 2014, um dia após a resolução do BES, e 31 de dezembro de 2018) e “descreve um conjunto de insuficiências e deficiências graves” no BES, até 2014, na concessão de crédito e investimento em ativos financeiros e imobiliários.
A auditoria independente ao Novo Banco pela Deloitte era aguardada com expectativa, principalmente depois de terem sido noticiadas suspeitas sobre a venda de imóveis e pelas sucessivas injeções de capital pelo Fundo de Resolução com recurso a financiamento dos contribuintes.