Quase uma década depois do acidente que teve origem na Central Nuclear de Fukushima, é agora tempo de retomar as ondas perdidas. Numa altura em que os surfistas regressam à praia de Kitaizumi, o Japão planeia despejar a água contaminada no Oceano Pacífico.
Em 2011, a central nuclear de Fukushima – situada a cerca de 25 quilómetros da famosa praia Kitaizumi – foi o local do pior acidente nuclear da história, desde o desastre de Chernobyl em 1986. Depois de ter sido atingida por um tsunami devastador, em 2019 a praia foi reaberta ao público, após um grande esforço de descontaminação.
A praia de Kitaizumi, na cidade japonesa de Fukushima é o local costeiro perfeito. Já foi considerado um paraíso por muitos adeptos do surf, devido às suas ondas altas e à costa arenosa. No entanto, na época do desastre nuclear a praia acabou por ficar com as águas contaminadas. Durante muito tempo deixou de usufruir do status que em tempos a colocou como uma das melhores praias da região.
Depois de tanto tempo afastados, são muitos os surfistas entusiasmados em apanhar ondas na zona de Fukushima. Mas o desejo de regresso surge em paralelo ao processo que está em andamento – o despejo da água da central nuclear.
O desporto está a voltar à zona que em tempos esteve contaminada, mas no local ainda emergem sinais do que aconteceu no passado, remata o New Scientist.
Agora, o Japão está a planear lançar 1 milhão de toneladas de água contaminada, armazenada no desastre, no Oceano Pacífico – mas só depois de ser tratada. Esta água, que já tem um destino, é uma combinação das águas subterrâneas recuperadas e da água do sistema de refrigeração da central.
Contudo, este tratamento das águas permite que não estejam presentes quaisquer partículas radioativas prejudiciais aos seres vivos que habitam nos mares, e também que não ameace o regresso seguro dos surfistas.