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“Uso de emergência”. China já começou a administrar potencial vacina a pessoal médico e funcionários das alfândegas

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Paulo Novais / Lusa

O Governo chinês autorizou o “uso de emergência” de uma vacina candidata a combater a covid-19, que tem sido administrada a trabalhadores-chave, como profissionais de saúde e trabalhadores transfronteiriços, desde 22 julho.

A revelação foi feita este domingo por Zheng Zhongei, dirigente do Centro de Ciência e Tecnologia da Comissão Nacional de Saúde da China, que faz também parte do grupo de peritos e especialistas que aconselham o Governo sobre a pandemia.

Em declarações à estação estatal chinesa CCTV, o mesmo responsável revelou que a China tem vindo a administrar o fármaco a um grupo específico de trabalhadores-chave, sublinhando que a iniciativa está “de acordo com a lei”.

“Estes grupos foram escolhidos porque têm maior exposição ao novo coronavírus. A maioria dos casos que a China agora regista são importados, então as autoridades fronteiriças são um grupo de alto risco também”, justificou.

Zheng não detalhou quantas pessoas receberam injeções ou qual a vacina que foi administrada, entre aquelas que o país está a desenvolver.

O mesmo responsável acrescentou que o programa de vacinação vai expandir-se para pessoas que trabalham nas indústrias dos transporte e serviços ou nos mercados de rua, para “criar uma barreira de imunidade”.

Zheng indicou que “as vacinas chinesas serão acessíveis ao público“, assim que estiverem prontas e que o preço poderá ser “ainda mais baixo” do que o anunciado, na semana passada, por Liu Jingzhen, o presidente da estatal China National Biotec Group, que faz parte do grupo Sinopharm- Pharmaceutical.

Liu disse que a vacina do grupo vai estar pronta “provavelmente em dezembro”, a um preço inferior a 1.000 yuan (121 euros), e que via começar a ser comercializada assim que for concluída a terceira fase de testes, nos Emirados Árabes Unidos.

Outra das vacinas em desenvolvimento pelo país, a do Instituto Científico Militar e da biofarmacêutica chinesa CanSino Biologics, também está na terceira fase de testes, no Paquistão. Segundo o jornal oficial China Daily, a China tem cinco vacinas candidatas que já passaram, pelo menos, na segunda fase de testes.

O período para uma vacina estar disponível para uso em massa é, por norma, de entre 12 a 18 meses, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Pequim acelerou o processo devido à emergência de saúde pública e tem permitido que algumas das fases de teste sejam realizadas em simultâneo.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 805 mil mortos e infetou mais de 23 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

ZAP // Lusa

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