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Mistério cósmico com 33 anos resolvido. Astrónomos encontram estrela de neutrões perdida

ALMA [ESO / NAOJ / NRAO], P. Cigan e R. Indebetouw; NRAO / AUI / NSF, B. Saxton; NASA / ESA

Em 1987, uma supernova revelou a morte de uma estrela massiva na Grande Nuvem de Magalhães, mas a estrela de neutrões que deveria ter surgido não foi avistada. Agora, 33 anos depois, uma equipa de astrónomos conseguiu desvendar o mistério cósmico: os cientistas observaram a estrela de neutrões, tímida, a espreitar por trás de uma espessa nuvem de poeira.

Na altura, conta o Science Alert, a explosão da estrela supergigante azul Sanduleak -69º 202 aconteceu de forma esperada (pelo menos, inicialmente). O evento deu origem a uma supernova brilhante – a SN 1987A – mas, no centro, estava em falta a estrela recém-nascida.

Em novembro do ano passado, cientistas da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, anunciaram ter encontrado a bolha quente e brilhante no núcleo da explosão.

“Ficamos muito surpreendidos ao ver esta bolha quente feita por uma espessa nuvem de poeira no remanescente da supernova. Tem de haver algo na nuvem que aqueça a poeira e faça brilhar. É por isso que sugerimos que exista uma estrela de neutrões escondida“, explicou o astrónomo Mikako Matsuura.

ALMA [ESO / NAOJ / NRAO], P. Cigan e R. Indebetouw; NRAO / AUI / NSF, B. Saxton; NASA / ESA

Dany Page, da Universidade Nacional Autónoma do México, iniciou uma investigação que mostra que a bolha brilhante pode mesmo ser a estrela de neutrões desaparecida. De acordo com os resultados da pesquisa, publicados recentemente no The Astrophysical Journal, o brilho é consistente com a emissão térmica de uma estrela de neutrões muito jovem, ainda muito quente devido à explosão.

O calor, de cerca de 5 milhões de graus Celsius, e a localização da estrela, que se afasta do centro da supernova a uma velocidade de 700 km/s, são a confirmação de algumas previsões. A equipa tentou encontrar outros cenários possíveis, como um pulsar ou um buraco negro, mas não encontrou evidências de nenhum deles.

“Comparamos todas as possibilidades e concluímos que umaa estrela quente de neutrões é a explicação mais provável”, disse James Lattimer, da Stony Brook University.

De acordo com a equipa de astrónomos, SN 1987A possui cerca de 25 quilómetros de diâmetro e 1,38 massa solar. Com a definição de que realmente é uma estrela de neutrões, torna-se a mais jovem já encontrada.

ZAP //

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