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Ondas gigantes de areia estão a mover-se no Planeta Vermelho

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NASA / JPL / University of Arizona

Uma equipa de cientistas observou, pela primeira vez, grandes ondas de areia a mover-se em Marte. Fez-se história, já que, até agora, a crença geral era de que as enormes ondas de areia do Planeta Vermelho não se moviam.

Os cientistas pensavam que as grandes ondas de areia marcianas não sofriam mudanças relevantes e que eram, na verdade, vestígios do passado mais ativo do Planeta Vermelho. Agora, imagens obtidas pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter, da NASA, permitiram a Simone Silvestro descobrir que, afinal, estas ondas movem-se – mas muito devagar.

O cientista planetário, em conjunto com a sua equipa, estudou duas regiões próximas do equador de Marte e analisaram mais de mil ondas gigantes na cratera McLaughlin e 300 na região da fossa Nili. Os cientistas procuraram sinais de movimento utilizando imagens em time-lapse de cada local.

A equipa acabou por chegar à conclusão de que as famosas ondas de areia avançam, aproximadamente, 10 centímetros por ano em ambas as regiões. O artigo científico foi publicado recentemente no Journal of Geophysical Research: Planets.

O geólogo Jim Zimbelman ficou muito surpreso com esta descoberta. Segundo a Science, o especialista evidenciou o facto de não haver evidências, há já algumas décadas, de que a areia em Marte se move.

“Nenhum de nós pensou que os ventos fossem suficientemente fortes”, disse. A descoberta destas grandes ondas migratórias sugere a necessidade de reformular modelos atmosféricos antigos, que raramente indicavam a ocorrência de ventos capazes de mover areia em Marte.

Silvero quer expandir a pesquisa de ondas gigantescas por todo o Planeta Vermelho, por acreditar que as ondas mais rápidas devem estar perto das dunas.

Além disso, estas grandes ondas são indicadores das condições de vento locais, que precisam de ser analisadas para permitirem a identificação de tempestades de areia. Estas tempestades assumem um papel muito importante nas próximas missões, já que as mais pequenas partículas de areia podem reduzir a eficácia dos painéis solares e danificar peças mecânicas.

ZAP //

2 Comments

  1. Se lá vão, irão ter que levar com muita areia nos olhos! Melhor será que se ocupem em preservar enquanto é tempo o bom que por cá temos em vez de pensarem em destruir na ideia de que irão construir melhor fora daqui.

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