A diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, disse esta quinta-feira que a crise provocada pela pandemia entrou numa nova fase, que exige flexibilidade para assegurar “uma recuperação sustentável e equitativa”, alertando que o mundo “não está fora de perigo”.
Estas declarações foram feitas num texto publicado num blogue, citado pela agência AFP, dias antes de uma reunião virtual do G20, presidida pela Arábia Saudita.
A responsável do FMI anunciou as prioridades: manter, “ou até mesmo alargar”, as medidas de proteção social, continuar a investir dinheiro público para estimular a economia e aproveitar esta “oportunidade única num século” para reconstruir um mundo “mais justo, mais verde, mais sustentável, mais inteligente e acima de tudo mais resistente”.
“Ainda não estamos fora de perigo”, escreveu Georgieva, alertando que uma segunda vaga global da doença poderá levar ao aumento de perturbações na atividade económica. Outros riscos incluem “valores de ativos distorcidos, preços voláteis de mercadorias, aumento do protecionismo e instabilidade política”, avisou.
A responsável da instituição financeira apontou, no entanto, sinais positivos, como os “avanços decisivos na investigação de vacinas e tratamentos [que] poderiam aumentar a confiança e a atividade económica”. A economista reconheceu ainda assim que “a incerteza” permanece “excecionalmente elevada”.
Os líderes do G20 vão reunir-se num contexto difícil, numa altura em a pandemia continua a progredir, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Em 24 de junho, quando publicou as previsões económicas mundiais, o FMI considerou que a recuperação será mais lenta do que o previsto.
As medidas para combater a pandemia paralisaram setores inteiros da economia mundial e levaram o FMI a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 3% em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 579 mil mortos e infetou mais de 13,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço da AFP. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado em dezembro, em Wuhan, na China. Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
// Lusa
Coronavírus / Covid-19
-
20 Outubro, 2024 Descobertas mais provas de que a COVID longa é uma lesão cerebral
-
6 Outubro, 2024 A COVID-19 pode proteger-nos… da gripe