A pandemia de covid-19, que em dezembro do ano passado surgiu na China, fez com que as pessoas movimentassem (e guardassem) mais dinheiro físico, apesar de as opções digitais serem consideradas mais seguras.
A conclusão é de um estudo levado a cabo por dois cientistas, Charles Goodhart e Jonathan Ashworth, e recentemente publicado no Centre for Economic Policy Research.
Depois de analisarem a evolução das notas e moedas em circulação em diversos países, incluindo a zona euro, os economistas concluíram que a procura por moedas e notas aumentou à boleia da pandemia, escreve o jornal Público, que cita a publicação.
Observou-se, entre março, abril e maio, “um aumento das notas e moedas em circulação”, uma tendência que foi “particularmente notável nos Estados Unidos, Canadá, Itália, Espanha, Alemanha, França, Austrália, Brasil e Rússia, para nomear só alguns”.
No caso da zona euro, na semana de 16 de março, as notas e moedas em circulação aumentaram 1,5%, o maior aumento semanal desde dezembro de 2008, nota o matutino.
Em Portugal, escreve ainda o Público, citando dados do Banco de Portugal, a tendência parece manter-se: em março, o crescimento da massa monetária face ao mês anterior foi de 2,7%. Em abril e maio este indicador passou para 1,4%, ainda assim, bastante acima da média de aumento da última década que é de 0,4%.
Apesar de a pandemia ter feito aumentar as compras online e dos pagamentos eletrónicos serem considerados mais seguros por causa da transmissão do novo coronavírus, o estudo dos dois economistas mostra resultados inesperados: ao contrário do que seria de prever, a procura por dinheiro físico aumentou.
O jornal Público escreve ainda na sua edição desta quarta-feira que esta tendência pode estar relacionada com o medo de uma crise financeira no futuro.
A pandemia de coronavírus matou pelo menos 574.278 pessoas e infetou quase 13,2 milhões em todo o mundo desde dezembro, segundo um balanço da agência AFP, às 19:00 TMG desta quarta-feira, baseado em dados oficiais.