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O buraco negro mais faminto do Universo engole por dia uma massa equivalente à do Sol

ESA/Hubble, ESO, M. Kornmesse

No centro do quasar mais brilhante já descoberto “mora” um dos maiores buracos negros que é também o mais “faminto” de todo o Universo: por dia, engole o equivalente à massa do nosso Sol.

As estimativas são de um grupo de astrónomos da Austrália, Estados Unidos e do Observatório Europeu do Sul (ESO) e constam num novo artigo que foi recentemente publicado na revista científica Monthly Notices da Royal Astronomical Society.

Em causa está o buraco negro supermassivo J2157-3602, localizado na constelação de Southern Fish, a 12.000 milhões de anos-luz de distância. Pesa aproximadamente 8.000 vezes a massa de Sagitário A *, o buraco negro central de nossa galáxia.

A sua massa é equivalente a 34 mil milhões de vezes a do Sol, frisa o portal Sci News.

Estas estimativas, frisam os cientistas no novo estudo, refletem o estado do quasar quando o Universo tinha apenas 1,2 mil milhões de anos (cerca de 10% da sua idade atual), devido à enorme distância que existe entre este corpo e a Terra.

A partir desta idade estimada, os cientistas foram capazes de calcular a taxa de crescimento do seu buraco negro e concluíram que esta é a maior conhecida até agora – este corpo engole diariamente o equivalente à massa solar.

“A quantidade de massa que os buracos negros podem absorver depende da quantidade de massa que já possuem”, começou por explicar Fuyan Bian, co-autor do estudo e especialista do Observatório Europeu do Sul, sediado no Chile. “Por isso, para este objeto devorar uma taxa de matéria tão elevada como esta, pensamos que possa ser detentor de um novo recorde. E agora sabemos disso”, continuou, citado em comunicado.

As novas estimativas do objeto foram calculadas tendo por base dados de um telescópio australiano e do Very Large Telescope (VLT) do ESO.

“Se o buraco negro da Via Láctea quisesse engordar até este ponto, teria que engolir dois terços de todas as estrelas da nossa galáxia”, compara o astrónomo australiano Christopher Onken, que também participou na nova investigação.

ZAP //

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