O Japão pediu aos Estados Unidos (EUA) para extraditar dois norte-americanos que terão ajudado o ex-presidente da Nissan Carlos Ghosn a fugir, informaram esta sexta-feira as autoridades nipónicas.
O Ministério Público (MP) do Distrito de Tóquio informou que o pedido diz respeito a dois homens, pai e filho, que, segundo as autoridades japonesas, foram responsáveis pela fuga de Ghosn da sua casa em Tóquio, em 29 de dezembro, para Beirute, num avião particular, após escala na Turquia, noticiou a agência Lusa.
Os dois norte-americanos foram detidos em 20 de maio no estado de Massachusetts, após um pedido das autoridades japonesas.
O MP garante que ambos, juntamente com uma terceira pessoa, de origem libanesa, “contribuíram para a fuga” de Ghosn, sabendo que este não poderia deixar o país asiático, sendo responsáveis por violar as leis de migração e esconder um acusado pela Justiça.
Ghosn foi detido em Tóquio em 19 de novembro de 2018 e acusado de irregularidades financeiras durante o mandato à frente da Nissan.
O empresário acabou por fugir do Japão a partir do Aeroporto Internacional de Kansai, Osaka, meses antes do início do julgamento. Em Beirute declarou aos jornalistas que era inocente e atribuiu a sua detenção em Tóquio a conflitos internos na Nissan.
Com tripla nacionalidade (francesa, brasileira e libanesa), não passou por controlo de migração no Japão, pois, segundo fontes próximas do ex-presidente da Nissan, conseguiu esconder-se dentro de um baú para entrar no avião. Entrou no Líbano com um passaporte francês e um documento de identificação libanês, segundo as autoridades daquele país.
// Lusa