A GNR “desmantelou”, esta quinta-feira, uma rede que se dedicava à prática do crime de burla através da plataforma MB Way, numa operação em que deteve nove homens e constituiu arguidos outros 16, em Campo Maior, Portalegre.
Em comunicado, o Comando Territorial de Portalegre da GNR explica que realizou, hoje, “uma grande operação”, envolvendo cerca de 250 militares de várias especialidades, que permitiu “desmantelar” a rede e que os suspeitos têm entre 17 e 56 anos.
A operação decorreu na sequência de uma investigação, desenvolvida há cerca de seis meses, pelo crime de burla, praticado, designadamente, através de um esquema de utilização ilegal da plataforma MB Way, “em que os suspeitos ludibriavam as vítimas, oriundas de vários pontos do país, levando-as a enviar-lhes dinheiro através da aplicação e a obter valores pecuniários que não lhes eram devidos”, lê-se no comunicado.
Na operação policial, foram realizadas 19 buscas domiciliárias e 19 em veículos, culminando, segundo a GNR, na apreensão de diversa prova material relacionada com este tipo de crime, como dispositivos eletrónicos, documentação e cerca de três mil euros em numerário.
Além de duas caçadeiras e de uma arma de ar comprimido, foram ainda apreendidas diversas munições de calibre 12, 11 doses de haxixe e vários artigos em ouro.
Os 25 suspeitos foram constituídos arguidos, continuando a GNR a proceder a outras diligências de investigação.
Segundo esta força de segurança, o crime de burla através da aplicação “tem tido um aumento exponencial”.
“Só nos últimos meses de 2019 e até à presente data, os prejuízos das vítimas deste tipo de crime ascenderam aos milhões de euros“, indicou a guarda, considerando que “a falta de conhecimento sobre o uso da aplicação, a boa-fé das vítimas e, porventura, a necessidade premente de vender bens ou serviços de forma a produzir algum rendimento poderão contribuir para o aproveitamento dos criminosos”.
A operação realizada em Campo Maior contou com o reforço do Grupo de Intervenção de Ordem Pública (GIOP), Grupo de Intervenção Cinotécnico (GIC), Direção de Investigação Criminal (DIC) e da estrutura de Investigação Criminal e de Intervenção de diversos Comandos Territoriais da GNR.
// Lusa