O Presidente polaco criticou, este sábado, a “ideologia LGBT”, comparando-a com a “doutrinação” da época comunista, num ato de campanha para as eleições Presidenciais, agendadas para 28 de junho.
“Respeito todas as pessoas, mas não permitirei a ideologização das crianças, porque é essa a minha responsabilidade para com a Polónia e a juventude polaca”, afirmou o conservador Andrzej Duda, um independente próximo do Partido da Justiça e Desenvolvimento (PiS), num comício na localidade de Brzeg, no sudoeste do país.
O Presidente argumentou que a geração dos seus pais não lutou “durante 40 anos para expulsar a ideologia comunista das escolas” para que agora se aceite a “vinda de outra ideologia, ainda mais destrutiva para o ser humano“.
Em declarações citadas pelos meios de comunicação polacos, Duda disse que a suposta ideologia dos “clichés do respeito e tolerância esconde uma profunda intolerância, assim como a eliminação e exclusão de todos aqueles que não querem sucumbir a ela”.
Na quarta-feira, o Presidente que tenta a reeleição, apresentou um pacote de medidas “pró-família”, que inclui compromissos como impedir o casamento homossexual, a adoção de crianças por parte de casais do mesmo sexo e que as escolas se sujeitem aos direitos LGBTI.
A questão tem sido um tema recorrente durante a campanha eleitoral, na primeira vez que existe um candidato abertamente gay, Robert Biedron, o líder do partido de esquerda “Primavera”.
Biedron, ex-presidente da Câmara de Slupsk, no norte do país, e atualmente membro do Parlamento Europeu, condenou as declarações de Duda no Twitter, responsabilizando-o pelo assédio sofrido pelas pessoas LGBT no país e pediu para que “acabe com o ódio”.
“As pessoas LGBTI constituem um teste para a situação da democracia na Polónia. Na realidade, não se trata das pessoas LGBTI, mas sim de dividir a sociedade“, afirmou Biedron na sexta-feira, referindo-se ao discurso do PiS.
O principal adversário de Duda, o liberal Rafal Trzaskowski, do partido Plataforma Cívica, também se posicionou a favor dos direitos LGBTI e apoiou a celebração da Marcha do Orgulho Gay, em Varsóvia, quando foi autarca dessa cidade.
De acordo com as últimas sondagens de intenções de voto, Duda pode contar com 40% dos votos na primeira volta, enquanto Trzaskowski se posiciona nos 28%.
Nos últimos anos, a retórica do PiS e da Igreja Católica contra o que consideram ser uma “ideologia” contrária aos valores tradicionais aumentou de tom, tendo havido atos violentos contra as Marchas do Orgulho Gay e vários municípios polacas se declararam “zonas livres de LGBT”.
// Lusa
Malditos e desgraçados sejam todos quanto proíbem os Direitos e Liberdades das Pessoas LGBTQIA+. Isto é válido não só para regimes e partidos políticos como também para religiões e seitas ou quaisquer grupos como o estado islâmico . Não se pode tolerar retrocessos civilizacionais. Iremos resistir sempre!
este tá com medo que não se perceba a nulidade que ele é, como tal vomita estas bostas de boi para avivar as memórias.
Folgo em ver os comentários anteriores aos meus. Falar em doutrinação “LGBT”, como é o caso do Sr. Duda, é não ter a mínima noção da realidade. Ninguém muda a sua sexualidade devido a modas ou doutrinas. Não é uma opção ser homosexual ou heterosexual ou outra coisa qualquer, as pessoas são o que são. Quem achar o contrário é porque tem a sua própria sexualidade mal resolvida, como parece ser o caso aqui do Sr. Duda.
Fala toda a gente aqui muito bem e sem dúvida que posições como a do Sr. Duda são demasiado marginalizantes e fracturantes da sociedade. No entanto também anda a acontecer por aí muita estupidez graças a certos excessos em que se está a cair.
Ninguém tem de se sentir menos de ninguém por causa do que gosta de fazer debaixo dos lençois. Mas certamente que ninguém tem de ser priveligiado com “quotas” por causa do que gosta de fazer debaixo dos lençois. As oportunidades e acessos devem ser cegos à orientação sexual. Mas quando eu digo “cegos”, é “cegos” mesmo que eu quero dizer! Não é estar a cair em stupidezes de dar privilégios a géneros, raças ou orientações sexuais, com quotas nas candidaturas a empregos, subsídios, etc…
Imaginem o que é a estupidez de uma empreza estar a contratar 20 pessoas e haver uma lei que obriga a que ela contrate 50% de homossexuais (já estivemos mais longe disso). Mesmo sabendo que a percentagem de homossexuais é infinitamente menor que 50%, há sítios onde já apresentam quotas de 50% para entrada/acesso de homossexuais. Isto é um absurdo e é altamente discriminante para heterossexuais. Se a empresa só poder aceitar 10 heterossexuais e tiver de meter 10 homossexuais, provavelmente ficarão imensos hetero à porta apesar de terem currículos invejáveis e se calhar os homossexuais que se candidatam nem preenchem as 10 vagas, e entram todos, algum com currículos merdosos.
Não se pode estar a fazer os heterossexuais de hoje ser descriminados para “vingar” as discriminações a homossexuais no passado. O mesmo se aplica a mulheres ou minorias raciais… As pessoas deviam era ser seleccionadas sem se saber qual a sua raça, género ou orientação sexual. Devia era ser proibido o acesso a essa informação e os candidatos deveria ser proibidos de o mensionar. Eu caguei para o que é que as pessoas fazem debaixo dos lençois… Literalmente: caGAY!..
Concordo em absoluto. Ao contrário do que muitos defensores das quotas possam pensar, a existência das mesmas é assumir que as pessoas que delas beneficiam são de alguma forma inferiores e precisam de uma “ajuda”. As quotas são injustas e fraturantes. Tem é de existir igualdade de oportunidades, independentemente de raça, género, orientação sexual e tudo mais. O problema com o Sr. Duda, como noticiado, é que quer restringir os direitos de pessoas LGBT, tais como o casamento e a adoção. E isso e inaceitável numa sociedade moderna.
Completamente em sintonia consigo. Sem “duda” que o Sr. Duda apresenta uma postura retrógrada e desmerecedora do respeito dos Polacos. Nos dias de hoje, remover esses direitos elementares das pessoas LGBT sería andar de cavalo pra burro.
Coisa de facho acéfalo. No LGBT ninguém procura promover a idéia de que os heterossexuais se tornem ou devam ser qualquer outra coisa. Pede respeito igual e se não aceitação pelo menos tolerância. Já os mais conservadores, sentem um incómodo acentuado que procuram sacudir promovendo a idéia de que todos deveriam comportar-se da forma que consideram normal, independentemente da sua natureza. Com base na premissa, amplamente desmistificada mas ainda muito popular, de que tudo o que seja não hetero é de alguma forma defeituoso.
Frequente na política, temos apenas as afirmações e nenhuma forma de saber o que verdadeiramente os políticos pensam, no decurso dos seus jogos complexos de poder e privilégio. É bastante mais provável que Duda esteja a procurar agradar ao seu eleitorado e aumentar a sua base política.
Lamentavelmente, costuma ser apenas à esquerda que as minorias de diversos tipos encontram alguma sustentação. De tal modo que tais minorias se veem associadas à esquerda. Quem seja mais conservador ou rejeite idéias de esquerda resvala mais facilmente para ser contra. Sem verdadeiramente debater.
Assim, o animalzinho político carrega nos argumentos habituais. Faz mais do mesmo, não apresenta nenhum raciocínio, nada que contribua para a sociedade. Apenas repete o que acredita ser a crença da sua plebe eleitoral. Causa imenso estrago este processo de associação política, em fenómenos que mereciam um olhar mais coerente e isento. Seja à esquerda seja à direita.
Outro exemplo de uma causa que tem sido adiada é a do Movimento Ecologista, em Portugal fortemente conotado com a esquerda. Não é assim em toda a Europa. Terrível, esta tendência para categorizar, e fazê-lo tão sumariamente.