A Microsoft vai recusar vender as suas ferramentas de reconhecimento facial às autoridades dos Estados Unidos até que as regulamentações federais em relação à tecnologia sejam implementadas.
Com preocupações relacionadas com possíveis abusos de autoridade, a Microsoft vai recusar vender as suas ferramentas de reconhecimento facial às autoridades norte-americanas até que as regulamentações federais sejam implementadas. Segundo o Engadget, a IBM e a Amazon seguiram o mesmo caminho.
“Nós não vamos vender tecnologia de reconhecimento facial a departamentos de polícia nos Estados Unidos até que tenhamos uma legislação federal, baseada nos direitos humanos que devem governar este tipo de plataforma”, disse o presidente da Microsoft, Brad Smith. “Para nós, o ponto principal é proteger os direitos das pessoas.”
A tecnologia de reconhecimento facial não é propriamente nova e o seu uso na polícia também é algo que já vem sendo equacionado há algum tempo. Ainda assim, vários investigadores apontaram falhas a este sistema, relativamente à identificação de pessoas de perfil racial diferente do caucasiano.
Em abril do ano passado, a Microsoft sinalizou essa mesma preocupação, ao recusar uma oferta feita pela chefia de polícia do estado da Califórnia, que ambicionava instalar câmaras inteligentes de reconhecimento facial em tempo real nos uniformes e coletes dos polícias.
Na altura, Brad Smith afirmou que a tecnologia podia aumentar a discriminação para com pessoas de pele negra, devido aos erros de interpretação e, consequentemente, prisões abusivas e incoerentes.
Na semana passada, a Amazon anunciou que impedirá o uso do software “Rekognition” pelas autoridades norte-americanas durante um ano, para dar tempo aos congressistas e legisladores se debruçarem sobre esta questão e desenvolverem uma lei que faça a tecnologia avançar na esfera de policiamento dentro das melhores práticas.
A IBM anunciou a mesma decisão, citando razões semelhantes.
Ao contrário da Amazon, a Microsoft nunca chegou a vender a sua tecnologia, baseada na plataforma Windows Azure.