Luís Duque e Luiz Andrade fizeram entregas em dinheiro na tesouraria da SAD do Desportivo das Aves no valor de 225 mil euros. Auditoria aponta para práticas que violam a lei sobre o branqueamento de capitais.
Uma auditoria independente às contas da SAD do Desportivo das Aves, relativas À temporada 2017/18, mostra que Luís Duque, antigo presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), terá ordenado que se queimassem documentos contabilísticos da SAD avense.
Além disso, segundo informações avançadas pelo jornal Público, o advogado terá ainda recebido na sua conta uma transferência não justificada de 40 mil euros do Desportivo das Aves. Foram ainda depositados 225 mil euros em dinheiro na tesouraria da sociedade.
Estas revelações surgem um dia depois de se saber que SL Benfica e Desportivo das Aves mantêm acordos “secretos” e “à margem da lei” para a transferência de jogadores. Segundo o matutino, o Benfica cedeu, sem encargos, alguns jogadores ao plantel dos avenses, com adendas leoninas e sigilosas nos contratos
Embora tenha sido divulgado que Luís Duque ia assumir a direção desportivo do emblema da Vila das Aves, o próprio esclareceu que era apenas advogado e conselheiros dos investidores chineses da SAD. No entanto, a auditoria sugere que as funções de Luís Duque no Desportivo das Aves eram pouco claras, mas iriam muito para além da natureza jurídica.
“Nunca fui dirigente [na SAD do Desp. Aves], era apenas advogado deles, da Galaxy Believers e de Luiz Andrade”, justificou em declarações ao Público.
A auditoria sugere ainda que o ex-presidente da LPFP terá ordenado a destruição de todos os registos de caixa da SAD na época em que o Aves assegurou a subida ao principal escalão do futebol português. Duque nega ter dado essas instruções.
Entre 26 de setembro de 2017 e 29 de maio de 2018, emitiu à SAD do Desportivo das Aves sete recibos verdes, por “serviços jurídicos”, no valor total de 22,5 mil euros. Foram ainda transferidos 40 mil euros sem qualquer tipo de justificação. O dinheiro recebido terá sido o reembolso de um montante idêntico que o advogado adiantou ao Aves para a contratação de Nélson Lenho.
Há ainda dois registos de caixa de depósitos em dinheiro, realizados por Luís Duque e Luiz Andrade, num total de 225 mil euros. Ambos têm justificações diferentes para a origem deste dinheiro.
“Não tenho nada a ver com depósitos no Aves, nem sei do que estão a falar. É completamente falso. Ia depositar dinheiro no Aves a propósito do quê?“, questionou Luís Duque.
Por sua vez, Luiz Andrade diz não se recordar, mas admite que o possa ter feito. “Se eu depositei dinheiro em numerário no Aves é porque alguém me deu. E se alguém me deu dinheiro para depositar foi o accionista, não foi mais ninguém. O Luís Duque também não se recorda de ter feito qualquer depósito”, elucidou.
Paulo Gonçalves envolvido em transferência
Paulo Gonçalves, ex-assessor jurídico da SAD do Benfica e principal arguido do processo E-Toupeira, abandonou as funções a 17 de setembro de 2018, mas mantém-se nos registos como “secretário da sociedade”, escreve ainda o Público.
Além disso, foi intermediário na transferência de Luquinhas, para o Légia Varsóvia, estando ainda presente em outros negócios de jogadores que envolvem os ‘encarnados’. O jogador partilhado pelo Benfica e pelo Aves foi vendido com ambos os clubes a prescindirem de intermediários no acordo de transferência internacional.
Paulo Gonçalves foi o intermediário embora o atleta seja representado pela Eurofoot BV.
Benfica e Paulo Gonçalves acordaram a saída do assessor, explicando-a com “motivos pessoais”, nomeadamente pela necessidade de o jurista se dedicar exclusivamente à sua defesa no caso E-Toupeira.
devia ser em batatas?