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Diário de oficial nazi revela localização de tesouro escondido na Polónia durante a 2.ª Guerra Mundial

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Um diário que esteve na posse de uma sociedade secreta durante décadas contém um mapa que descreve a localização de mais de 30 toneladas de ouro escondidas pelos nazis durante a Segunda Guerra Mundial.

Escrito há 75 anos por um oficial da Waffen Schutzstaffel (SS), sob o pseudónimo “Michaelis”, o diário contém os planos do comandante nazi Heinrich Himmler para ocultar riquezas, artefatos e obras de arte europeias roubadas, avançou o site First News, citado na segunda-feira pelo Live Science.

O diário aponta para 11 locais onde os nazis escondiam ouro, jóias, pinturas de valor inestimável e objetos religiosos. Um dos locais é um poço abandonado, com quase 60 metros de profundidade, por baixo do Palácio Hochberg, construído no século XVI, que se situa na vila de Roztoka, no sudoeste da Polónia.

Acredita-se que o ouro presente no fundo do poço tenha vindo do Reichsbank – Banco Central da Alemanha entre 1876 e 1948 – da cidade polaca de Breslau (agora Wrocław), estando estimado em vários mil milhões de euros, informou a First News.

Após a guerra, o diário de “Michaelis” foi mantido escondido, na cidade de Quedlinburg, na Alemanha. Estava na posse de uma loja maçónica com mais de mil anos, que teve como membros oficiais nazis durante o período do Terceiro Reich. Um dos membros terá sido “Michaelis”, que controlava o transporte nazi no sudoeste da Polónia. Membros posteriores incluíam descendentes de oficiais nazis.

Em 2019, a loja maçónica entregou o diário à fundação polaca “Silesian Bridge”. Em março desse ano, a fundação declarou que havia recebido o diário dos seus “parceiros” alemães – membros da loja em Quedlinburg -, que o entregaram como “um pedido de desculpas [à Polónia] pela Segunda Guerra Mundial”.

O diário incluía um mapa com a localização do poço nos terrenos do Palácio de Hochberg, onde o tesouro nazi estava escondido, contou à First News Roman Furmaniak, representante da “Silesian Bridge”. Documentos adicionais sugerem que depois de esconderem o ouro, os nazis assassinaram as testemunhas, atiraram os corpos ao poço e detonaram explosivos para selar a entrada, acrescentou.

Krzysztof Wilk / Malopolska Provincial Office / EPA

Objectos de arte saqueados pelos nazis, devolvidos pelo austríaco Horst von Waechter

Em declarações à First News, a representante do Ministério da Cultura e Património Nacional da Polónia Magdalena Tomaszewska esclareceu que os especialistas já haviam determinado que o diário foi escrito na época da Segunda Guerra Mundial, mas a sua autenticidade ainda não foi confirmada.

O Palácio Hochberg fica na Baixa Silésia, uma região na Polónia que ganhou notoriedade durante e após a Segunda Guerra Mundial por ser um dos locais onde os nazis escondiam mercadorias roubadas dos judeus e arte saqueada de museus e galerias, apontou o Ministério das Relações Externas polaca. A Baixa Silésia estava repleta de cavernas, minas e túneis, “bem como castelos e palácios com masmorras”, que ofereciam aos nazis esconderijos para obras de arte muito grandes, continuou o ministério.

Após a guerra, a Unidade de Inteligência de Roubos de Arte (ALIU) do governo dos Estados Unidos (EUA) vinculou um diretor do Museu da Silésia, Günther Grundmann, às obras de arte roubadas na Baixa Silésia.

Grundmann terá criado uma lista de 80 locais na Baixa Silésia – um dos quais o Palácio Hochberg – onde escondia objetos de valor. Pensa-se que muitos desses esconderijos tenham sido saqueados pelo exército invasor russo enquanto se encaminhavam para a Alemanha, sublinhou o Ministério de Relações Externas.

Os nazis saquearam cerca de cinco milhões de obras de arte europeias que pertenciam a judeus, a museus e a coleções particulares. Em 2013, a ABC News revelou que, após o final da guerra, uma equipa de 350 oficiais e especialistas, conhecidos como “Monuments Men” – uma unidade da ALIU – foi incumbida de localizá-las.

Somente num local, um complexo de minas de sal em Altaussee, na Áustria, foram encontradas milhares de pinturas, ilustrações, livros raros, estátuas e tapeçarias roubadas. Explosivos presentes no local deveriam ter sido explodidos no caso da derrota da Alemanha, mas não chegaram a ser detonados, relatou a ABC News.

Relativamente ao suposto tesouro do Palácio Hochberg, os proprietários planeiam restaurar o edifício, atualmente em ruínas. Um dos próximos trabalhos de conservação incluirá uma busca pelo poço, concluiu a First News.

ZAP //

2 Comments

    • Caro leitor,
      No título da notícia nunca esteve nazista, esteve sempre “nazi”. Presumo que seja subscritor da nossa newsletter, onde, aí sim, usámos hoje a grafia “nazista” em vez de “nazi”. Esta é uma palavra “mal vista” pelos servidores de email que têm por mui nobre missão entregar a newsletter nas caixas de correio dos leitores que ansiosamente a aguardam.
      Mas, como muito bem diz, “nazista” está correcto em Português pt_PT — apenas soa a pt_BR.

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