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Afinal, o Novo Banco foi comprado por uma holding que “está a negativos”

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A venda do Novo Banco ao fundo Lone Star implicou a assinatura de diversos contratos, alguns dos quais continuam no segredos dos deuses. A TVI teve acesso a um desses documentos confidenciais que mostra que o Banco foi adquirido por uma holding criada especificamente para o efeito e que apresenta prejuízos de um milhão de euros.

A estação avança que “teve acesso ao contrato de compra e venda do banco pela Lone Star”, revelando que no campo do comprador consta o nome Nani Holdings. Esta empresa será detida a 100% pelo Fundo Lone Star que, por seu lado, é detido pela Nani Superholding, cuja sede é no paraíso fiscal das Bermudas, ainda segundo a TVI.

A Nani Superholding é, por seu turno, “detida por uma diversidade de fundos geridos pela americana Lone Star, dona indirecta do Novo Banco“, aponta a mesma estação.

O canal ainda apurou que “a Nani Holdings foi criada exclusivamente para a compra do banco português” e que “está a negativos“, com “um prejuízo de 1 milhão de euros“.

Nesta rede de fundos e holdings, será complicado responsabilizar uma empresa directamente por uma eventual má gestão do Banco, no sentido de uma potencial recuperação de alguns dos fundos públicos injectados na instituição financeira. O que parece certo, desde já, é que a Nani Holdings, a compradora efectiva, “não tem meios para ser responsabilizada”, como assevera a TVI.

A venda do Novo Banco voltou à ordem do dia depois da polémica em torno da transferência de mais 850 milhões de euros dos cofres do Estado para o Fundo de Resolução, com destino à entidade bancária.

O Governo alegou que a transferência foi feita ao abrigo das condições assumidas no contrato de venda, frisando que não havia como negar o empréstimo do montante.

O Bloco de Esquerda reagiu pedindo o acesso ao contrato de venda, nomeadamente depois de o primeiro-ministro ter dito que o Fundo de Resolução podia reaver o dinheiro do Estado se a auditoria comprovasse má gestão no banco.

Entretanto, Marques Mendes veio falar na existência de quatro contratos, apelando à sua divulgação pública.

Há contratos para todos os gostos

O Expresso acrescenta, agora, que, afinal, há ainda mais documentos no âmbito da venda do Banco, notando que dois desses contratos serão públicos, outro terá dados confidenciais e que ainda haverá “outros de que nada se sabe efectivamente”, escondidos “nos segredos das autoridades”.

Um dos contratos divulgados, pelo menos na sua versão não confidencial, uma vez que ainda há dados confidenciais no segredo dos deuses, prevê “uma rede de segurança” para o Banco no caso de os rácios de capital “ficarem aquém do exigido pelo Banco Central Europeu”, como especifica o Expresso.

Nesse cenário, “Portugal vai providenciar capital adicional” se não houver alternativas, nomeadamente interessados em investir, e “vai ter de cortar ainda mais os postos de trabalho e as sucursais num novo plano de reestruturação”, nota o semanário.

Há também o chamado “acordo-quadro” assinado entre o ministro das Finanças e o presidente do Fundo de Resolução, Luís Máximo dos Santos, e o membro da direcção do Fundo, Pedro Ventura, que prevê que os contribuintes podem vir a ser chamados a “indemnizar o Novo Banco por quaisquer eventuais prejuízos que o Novo Banco venha a sofrer, resultantes de uma decisão final transitada em julgado que condene o Novo Banco” no âmbito da resolução, como cita o Expresso.

Trata-se, neste caso, de um documento que foi entregue ao Parlamento pelo Ministério das Finanças em 2017, após requerimento do CDS.

O Expresso cita ainda o “contrato de abertura de crédito” que prevê que o empréstimo concedido pelo Estado em 2017 vai render juros de 2% até 2021. Mas, a partir de 2022, esta taxa passará a depender das oscilações do mercado. Trata-se de outro documento que foi entregue ao Parlamento.

Além destes contratos, há outros documentos que continuam no segredo dos deuses e que podem ser muito relevantes quanto a algumas das dúvidas que existem, nomeadamente quanto à eventual devolução de verbas ao Estado no caso de comprovada má gestão no Novo Banco.

ZAP //

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25 Comments

  1. A sério?
    Será que ainda há anjinhos que não sabem como máfias, perdão, fundos como a Lone Star funcionam?
    Holdings, Luxemburgo e outros paraísos fiscais manhosos é o típico…

  2. Não pode ser!
    Eu, contribuinte Português estou a ser extorquido sem vergonha nenhuma!
    CADEIA!!!! CADEIA com todos os responsáveis, incluindo políticos!

    • Não é bem assim. Os donos serão sempre compensados. Os partidos com possibilidades governativas estão todos no bolso de quem realmente manda nisto tudo, e que não vive cá. Mesmo os partidos insuspeitos acabam dentro do bolso dos encapotados de quem ninguem fala. Alguem ainda se lemnbra da grécia? E do BE lá do sítio? Que é que eles fizeram? meteram-se no bolso dos encapotados, tal como os outros. Isto da democracia é uma versão feminilizada de ditadura e nada mais. Os encapotados não têm medo dos povos. Os povos serão sempre esmagados pelas forças com direito às armas. Por isso os americanos recusam abdicar delas. è só isso. Tudo o resto são chantagens atrás de chantagens. Tens de pagar por porcarias de que não tens responsabilidade nem culpa. Porquê? Porque os emissários dos encapotados vão para as TVs dizer que sim, que seria uma descgraça sem fundo. Contudo teria sido mais barato dar o dinheiro dos depósitos aos mais pobres e mandar o banco a pique mais o raio que o partisse, e ficava o assunto resolvido. Os ultra-ricos que se fo-lixassem. Não contam. Nem nunca deveriam contar.

  3. Mas mesmo falido o Novo banco perdoou à clínica Maló, em 2019 uma dívida de 27 milhões e vendeu algum património ao rei dos frangos ao qual fez um descontozinho de 63%. Nada mau para quem está arruinado! É mesmo vontade de ser altruísta! Agora com os restantes portugueses tem sido, e pelos vistos continuará a ser! um grande agiota!

  4. Isto só pode ser para rir. Onde estão os nomes dos responsáveis? E só agora é noticia? Vão dizer, que é por causa do Costa estar a financiar as televisões privadas.

  5. Mais uma vez deixam-se levar pelo “bonito nome” sem verificarem antes as credibilidades dessas pessoas, se fossemos nós … Responsabilizem quem aprovou sem verificar, sem fazer o seu trabalho corretamente, e cobrem a esses os prémios mal atribuídos. Com um jeitinho possivelmente além do prémio também receberam prémios desse “bonito nome”.

  6. Mas afinal quem é que fez o negócio da venda do novo banco á Lone star, foi o PS ou o PSD? Até aqui é tudo contraditório e as informações correm a gosto de cada uma das facões políticas. Esclareçam-me, por favor.

    • PS e PSD, obviamente!
      Principalmente o PSD que, com a Cristas na praia, arranjou esta solução do banco bom/banco mau (supostamente sem custos para o contribuinte!) e, quem tratou de toda a negociata com a Lone Star foi um vigarista, perdão, um “artista” chamado Sérgio Monteiro – que fez parte desse governo do Passos.
      É o mesmo artista que ajudou a entregar a ANA ao desbarato e a privatizar os CTT – com os resultados que se conhecem…

    • O verdadeiro “artista” da negociata:
      rr.sapo.pt/2017/05/23/economia/novo-banco-sergio-monteiro-diz-que-chineses-ofereciam-mais-dinheiro-mas-faltaram-garantias/noticia/84405/

  7. Esse sr. Sérgio Monteiro recebeu já quase 500 mil euros pelo desapoio prestado ao BdP pela entrega do NB ao FUNDO ABUTRE . Antes já tinha recebido com as escandalosas vendas a privados de empresas lucrativas para o estado como os CTT, a ANA e a CP carga. O sr. Sérgio tratou muito bem a “coisa pública”, por isso, foi tão bem recompensado. A Lone Star recebeu, das mãos deste sr., um banco sem prejuízos e quase sem encargos com pessoal, visto que foram despedidos mais de mil e quinhentos funcionários! Depois da polémica injecção dos 850 milhões ( dinheiro do estado), o FUNDO ABUTRE põe o banco à venda, em Espanha, onde tiveram lugar fraudes escandalosas, numa sucursal. E a pouca vergonha é tanta que, no fim de toda esta trafulhice,os administradores ainda se julgam com direito a receber 2 milhões, em prémios, para compensar o que sofreram com esta gestão danosa, coitados!! Entretanto, o dito Sr. está a ser investigado por ter assinado, enquanto secretário de estado dos transportes, um acordo, relativamente à construção do TGV, depois do Tribunal de contas já ter chumbado a sua construção. Digam lá se isto não é gozar com quem trabalha e que deixa ser gozado!

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