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Há outro “vírus” a afectar a capital da castanha (e é mais uma calamidade)

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(CC0/PD) jackmack 34 / Pixabay

Não é só a pandemia de covid-19 que está a preocupar os produtores de castanha de Trás-os-Montes. Eles debatem-se com uma outra “calamidade” provocada pela vespa do castanheiro que ameaça uma actividade que representa mais de 20 milhões de euros para as famílias locais.

“É uma calamidade grande”, lamenta em declarações à TSF o investigador do Politécnico de Bragança Albino Bento, realçando que “a intensidade de ataque da vespa está a crescer imenso”. “Está a crescer em Vinhais, em Bragança, este ano aumentou exponencialmente, e em Macedo de Cavaleiros também aumentou muito”, destaca.

Estes três concelhos “representam uma mancha de 52% do total nacional de soutos“, como atesta a TSF, o que põe em causa a produção de castanha neste ano. Estão em causa rendimentos superiores a 20 milhões de euros para os produtores locais, tratando-se de uma actividade que sustenta muitas famílias.

O técnico Filipe Pereira, da associação local ARATM, queixa-se de “um rombo avultadíssimo”, referindo-se concretamente a Carrazedo de Montenegro, no distrito de Vila Real, considerada a capital da castanha. “Aqui toda a gente vive do e para o castanheiro. É a única cultura que está instalada em toda a região“, analisa Filipe Pereira na TSF.

Se havia um vírus que preocupa muito, este não preocupa menos os produtores de castanha. Infelizmente, este ano, nota-se em relação ao ano anterior, uma subida bastante acentuada”, considera ainda o presidente da Câmara de Vinhais, Luís Fernandes, igualmente ouvido pela TSF.

O combate à vespa da galha do castanheiro faz-se com a libertação de uma mosca parasita que lhe come os ovos. Mas o ministério da Agricultura está “a restringir as largadas”, queixa-se Filipe Pereira. “Depois de alguma contestação autorizaram-nos mais um bocadinho, mas pouco mais”, nota.

Na zona de Carrazedo de Montenegro, “autorizaram 64” largadas e para apenas 6 freguesias, refere Filipe Pereira à TSF, considerando que não são suficientes. “64 deviam ser feitas numa freguesia”, diz.

ZAP //

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