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Afinal, a Lua “não está morta” e pode ainda ter atividade tectónica

NASA

Afinal, a Lua pode não estar “morta”. Dois cientistas da Universidade Brown, nos Estados Unidos, concluíram que os processos tectónicos do nosso satélite natural podem ainda estar ativos atualmente.

Em comunicado esta semana divulgado, os especialistas explicam que chegaram a esta conclusão depois de observarem no lado visível da Lua um sistema de cordilheiras nas quais podem ser distinguidas rochas recentemente expostas.

“Há uma suposição de que a Lua está morta há muito tempo, mas continuamos a descobrir que esse não é o caso (…) A Lua pode ainda estar a rasgar e quebrar [a sua superfície] – potencialmente nos dias de hoje – e podemos ver evidências disso nestas cordilheiras”, afirma Peter Schultz, cientistas e co-autor do estudo, cujos resultados foram esta semana publicados na revista científica especializada Geology.

Sabe-se que a superfície lunar é coberta por regolito, uma camada de poeira e pedras formada pelo impacto de asteróides. Como este satélite natural quase não tem atmosfera, o regolito – que se forma constantemente – deve estar distribuído de forma quase uniforme, estendendo-se por toda a rocha lunar.

Contudo, nota a Russia Today, graças a um instrumento espacial que funciona como um scanner térmico, Schultz e o seu colega Adomas Valantinas conseguiram detetar mais de 500 parcelas de rochas expostas, localizadas em cumes em todo o lado visível da Lua, algo que não está em linha com a hipótese que defende que a Lua é tectonicamente morta.

“Os blocos expostos na superfície têm uma vida relativamente curta, porque a acumulação de regolitos ocorre constantemente. Portanto, quando os vemos, deve existir alguma explicação de como e porque é que foram foram expostos em determinados lugares” na superfície lunar, diz ainda Schultz.

Ao mapear as cordilheiras identificadas, Schultz e Valantinas descobriram que estas correspondem quase perfeitamente às antigas fendas que se formara há 4,3 mil milhões de anos depois de a Lua ter colidido com um asteróide gigante.

“A correlação é quase de um para um. O que nos faz pensar que o que estamos a ver é um processo contínuo impulsionado por coisas que acontecem no interior da Lua”, sustenta Schultz, que acredita que os cumes continuam a crescer até hoje.

“Impactos gigantescos têm efeitos duradouros. A Lua tem uma memória longa. O que estamos a ver agora na sua superfície é o testemunho da sua longa memória e dos segredos que ainda guarda”, rematou.

ZAP //

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