O ex-ministro da Educação, Nuno Crato, afirmou que o “dinheiro é essencial mas não chega” para proteger o sistema educativo em Portugal após a pandemia.
Em entrevista à rádio Observador, o único português membro do Atlantis Group – grupo internacional que reúne 26 ex-ministros da Educação e ex-primeiro-ministros – indiciou que é necessário garantir a “qualidade” do ensino.
Numa declaração anteriormente emitida, o Atlantis Group já tinha avisado que “este é o maior desafio desde a segunda Guerra Mundial” e que um eventual desinvestimento em educação pode significar um retrocesso de décadas.
Segundo estimativas da UNESCO, citadas por Nuno Crato, antes do surto já havia uma percentagem de cerca de 56 a 58% dos jovens no mundo com dificuldades básicas de leituras. “Com esta pandemia, a situação tem todas as condições para piorar”, apontou.
O ex-ministro frisou que os investimentos na educação devem continuar, apontando ainda que é necessário garantir a “qualidade” e “exigência” no ensino, sem deixar para trás os jovens que, “por terem mais dificuldades económicas, têm mais dificuldades em acompanhar este momento difícil”.
Nuno Crato sugeriu ainda uma aposta a longo prazo na “formação, contratação e promoção bastante diferente daquilo que temos”, para fazer face ao problema relacionado com o corpo docente “envelhecido”, que daqui a 10 anos terá de ser substituído.
Coronavírus / Covid-19
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