Bebé de 11 meses morre de ébola no Congo. Declaração de fim da epidemia mais distante

EU Humanitarian Aid and Civil Protection / Flickr

Depois de mais de sete semanas sem nenhum caso registado, nos últimos dias registaram-se na República Democrática do Congo (RDC) duas mortes por ébola. A última vítima foi um bebé de 11 meses, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) no domingo.

Faltavam três dias para a proclamação oficial do fim da epidemia da doença, quando surgiu, na sexta-feira, um novo caso de ébola na RDC. Tratava-se de um eletricista de 26 anos, de Beni, avançou a OMS. Desde que foi declarada, em 01 de agosto de 2018, a epidemia de ébola vitimou mais de 2.200 pessoas na zona leste do país.

“Infelizmente, isto significa que o governo da República Democrática do Congo não poderá declarar o fim da epidemia de ébola na segunda-feira, como estava previsto”, indicou no Twitter o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Agora, foi divulgado um novo caso, uma menina de 11 meses que estava a ser tratada no mesmo centro de saúde que o eletricista, disse à Reuters – citada pelo Independent –, o responsável pela equipa da OMS para o ébola naquele país, Boubacar Diallo.

De acordo com as autoridades, ainda não está claro como o eletricista contraiu a doença. Transmissões pontuais são comuns no final dos surtos de ébola – que causa febre, sangramento, vómito e diarreia e transmite-se através de fluidos corporais -, mas um novo caso não significa necessariamente que o vírus fique novamente fora de controle.

Duas novas vacinas ajudaram a conter o vírus no país, embora a desconfiança pública e os ataques das milícias tenham impedido os profissionais de saúde de alcançar as áreas atingidas. No sábado, jovens atiraram pedras aos funcionários da OMS e ao vice-prefeito de Beni que tentavam descontaminar a casa do eletricista e rastrear os seus contatos.

“Para eles, o ébola acabou”, disse Diallo à Reuters. “As pessoas aqui têm alguns problemas para entender como esse caso surgiu dois dias antes da declaração do fim” da epidemia.

Na sexta-feira, depois que o primeiro novo caso foi descoberto, a OMS disse que não era totalmente inesperado. “Embora não sejam boas notícias, este é um evento que antecipamos. Mantivemos equipas de resposta em Beni e noutras áreas de alto risco exatamente por esse motivo”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

A organização informou que já estão a ser realizados rastreios para encontrar todos os que possam ter tido contacto com os infetados, a fim de oferecer a vacina e monitorizar o seu estado de saúde. No domingo, acreditava-se que o número de contactos ultrapassava as 200 pessoas.

ZAP //

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