“Lava que se farta”. Isabel dos Santos recorre da absolvição de Ana Gomes

Tiago Petinga / Lusa

A embaixadora e ex-MPE, Ana Gomes

A empresária angolana recorreu para o Tribunal da Relação de Lisboa por causa das publicações no Twitter nas quais a antiga eurodeputada acusa a empresária, por exemplo, de “lavar que se farta”.

Em janeiro, o Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa-Oeste entendeu que Ana Gomes não tinha de apagar alguns tweets feitos pela ex-eurodeputada sobre Isabel dos Santos, tendo considerado que prevalecia a liberdade de expressão e de informação.

Mas, segundo o jornal Público, a empresária angolana não se conforma com a decisão do tribunal e decidiu recorrer para o Tribunal da Relação de Lisboa por considerar que o tribunal de primeira instância “não interpretou com rigor e precisão os comentários”.

A empresária angolana, que agora se encontra no centro do escândalo Luanda Leaks, insiste que estes comentários provocam um “imediato e incontrolável dano à sua imagem, honra e bom nome”.

Entre as publicações feitas no Twitter da socialista, destaca-se uma na qual Ana Gomes dizia que “Isabel dos Santos se endivida muito porque, ao liquidar as dívidas, ‘lava’ que se farta (…) E o Banco de Portugal não quer ver”.

De acordo com o jornal ECO, no recurso agora apresentado, o advogado da empresária angolana, Carlos Cruz, citou partes do depoimento da socialista em tribunal, prestado no mês de dezembro, no qual, por exemplo, comparou a sua cliente a Al Capone.

“Há boas reputações e há más reputações. Al Capone tem má reputação, não é? A Madre Teresa de Calcutá tem boa reputação. Portanto, quando falo de reputação no caso concreto da Senhora Engenheira, não quero ofendê-la pessoalmente, porque não tenho nenhuma razão pessoal contra a Senhora Engenheira”, cita o jornal.

“Estamos a falar de uma pessoa que é acionista qualificada em bancos portugueses. Isto não conta para a idoneidade para a avaliação da idoneidade. Podia dar-lhe outros elementos… Portanto, a reputação da Senhora Engenheira é esta: é mais perto da do Al Capone do que da Madre Teresa de Calcutá. Lamento.”