O Parlamento aprovou, esta quarta-feira, as audições do ministro da Administração Interna, secretário de Estado do Desporto, Liga Portuguesa de Futebol e Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto na sequência do caso Marega.
A decisão foi tomada, esta manhã, na Comissão de Assuntos Institucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, com a aprovação de um requerimento apresentado pelo PCP na sequência dos insultos racistas dirigidos ao futebolista do FC Porto, Moussa Marega, no jogo contra o Vitória de Guimarães, no domingo, que o levaram a abandonar o relvado.
O requerimento contou com o voto favorável de todos os deputados presentes. Os parlamentares do PAN, Chega e Iniciativa Liberal não se encontravam na sala no momento da votação.
O deputado do PCP, António Filipe, sublinhou a importância de tomadas de decisão “para que estas situações não continuem a envergonhar o país” e considerou que a questão transcende as competências da comissão de Assuntos Institucionais.
Telmo Correia, do CDS, considerou necessária uma ‘separação de águas’ entre os comportamentos racistas e a linguagem de ódio e de violência geral no desporto e sugeriu que a recentemente criada Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto fosse também ouvida, tendo esta audição sido acrescentada ao requerimento inicial do PCP.
Beatriz Gomes, do BE, defendeu a necessidade de se olhar para este fenómeno com “uma postura de intransigência”, enquanto Isabel Moreira, do PS, lembrou que o atleta não foi a primeira vítima de racismo no desporto, “mas foi o primeiro exemplo mediático a dizer basta”.
Joacine Katar Moreira, deputada não inscrita, alertou para o facto de as questões de racismo não poderem ser apenas discutidas quando há “um consenso” por parte dos media, dos partidos políticos e das instituições nem apenas “quando se refere a futebol”.
Fonte da Polícia de Segurança Pública (PSP) confirmou à Lusa a identificação de várias pessoas suspeitas de dirigirem cânticos e insultos racistas a Marega, sem adiantar o número de suspeitos, acrescentando que continua a efetuar diligências para identificar outros envolvidos.
O Ministério Público instaurou um inquérito na sequência deste incidente, que já mereceu a condenação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do primeiro-ministro, António Costa, entre outros.
Este comportamento configura um crime previsto no Código Penal punido com prisão de seis meses a cinco anos e uma contraordenação sancionada com coima entre mil e dez mil euros.
// Lusa
Ainda gastava de saber o que é que têm os governantes sejam eles Esquerda, Direita ou Centro com a falta de civismo das pessoas com o racismo, com a falta de respeito uns pelos outros, vê-se mesmo que esta classe politica não tem uma única ideia para o futuro do País então tudo lhes serve para dizerem que estão a fazer politica.