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Berardo quis retirar controlo das obras de arte aos bancos

António Cotrim / Lusa

A Associação Coleção Berardo (ACB), presidida por Joe Berardo, quis retirar o controlo da coleção de arte através da alteração de estatutos.

O Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa concluiu que a Associação Coleção Berardo quis retirar o poder de controlo aos bancos relativamente ao destino do coleção de arte.

“A requerida ACB promoveu, em 6 de maio de 2016, a alteração dos seus estatutos, por forma a eliminar as regras que aí haviam sido introduzidas no sentido de proteger as garantias dos requerentes [Caixa Geral de Depósitos (CGD), Banco Comercial Português (BCP) e Novo Banco]”, lê-se numa decisão datada de 29 de janeiro.

De acordo com o Correio da Manhã, Berardo renegociou a dívida da Fundação Joe Berardo para que, em vez das obras de arte, a entrega dos títulos de participação na ACB servisse como garantia de pagamento da dívida.

A sentença determina que, com a alteração de estatutos, “os títulos empenhados já não correspondem a 100% dos títulos patrimoniais da ACB, que estão associados a obras de arte, que a ACB obrigou a manter perante os credores”.

CGD, BCP e Novo Banco exigem à ACB uma indemnização de 330 milhões de euros por violações contratuais. Estes bancos acusam a ACB de ter “um propósito declarado e firme de alienar as obras”.

Com esta decisão, CGD, BCP e Novo Banco ficaram impedidos de “assegurar a satisfação dos seus créditos, designadamente através da deliberação de amortização dos títulos de participação ou extinção da ACB, ficando os penhores a incidir sobre o valor correspondente ou sobre as próprias obras de arte que constituem o acervo”.

ZAP //

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