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Este robô consegue mover objetos (sem lhes tocar)

Um investigador suíço criou um protótipo de um robô que move objetos sem lhes tocar. O sistema explora um fenómeno que existe há 80 anos e que pode ter muitos benefícios para um grande leque de indústrias no futuro. 

A mão robótica do investigador do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, na Suíça, Marcel Schuck, parece uma esfera bifurcada no final de um braço robótico normal.

Cada metade da esfera contém numerosos altifalantes minúsculos. Ao controlar com precisão as ondas de ultrassom emitidas pelos altifalantes recorrendo a um software personalizado, Schuck consegue suspender um pequeno objeto entre as duas metades da esfera. Este fenómeno é chamado “levitação acústica” e permite que o investigador mova um objeto no ar, manipulando a direção das ondas.

A tecnologia é baseada num efeito que é explorado há mais de 80 anos e foi usado pela primeira vez na exploração espacial. As ondas de ultrassom geram um campo de pressão que os humanos não conseguem ver nem ouvir. Os pontos de pressão são criados quando as ondas acústicas se sobrepõem e pequenos objetos podem ficar presos dentro desses pontos. Como resultado, parecem flutuar livremente no ar – numa armadilha acústica.

Apenas usando a tecnologia existente, explica um comunicado, os cientistas conseguem mover vários objetos pequenos pelo espaço. O software ajusta a pinça à forma do objeto a ser levantado e um braço do robô transporta o objeto para o seu destino.

O princípio de segurar sem tocar também tem um benefício económico: ao trabalhar com um robô convencional, é necessária uma pinça diferente para quase todas as novas formas. A “garra acústica” elimina a necessidade de um extenso conjunto de pinças caras de alta precisão.

Agora, Schuck planeia procurar diversos especialistas de várias indústrias diferentes para explorar as potenciais aplicações para a mão do seu robô ultrassónico.

Segundo o investigador, uma delas pode ser a relojoaria, o que é particularmente apropriado, uma vez que o seu laboratório está sediado na Suíça. A mão robótica poderia ser útil porque, na relojoaria, as peças são pequenas e sensíveis ao toque. “As rodas dentadas são primeiro revestidas com lubrificante e, em seguida, a espessura dessa camada de lubrificante é medida. Até o toque mais fraco pode danificar a fina película de lubrificante”, explicou.

ZAP //

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