As autoridades da Malásia anunciaram, esta segunda-feira, que devolveram 150 contentores ilegais de lixo para os seus países de origem e afirmaram que não se querem tornar num “aterro sanitário” dos países desenvolvidos.
Os países da região têm lutado para lidar com a chegada maciça de contentores desde a decisão da China, em 2018, de parar de importar resíduos plásticos para a sua indústria de reciclagem, forçando os países desenvolvidos a encontrar novos destinos para os seus desperdícios.
As autoridades malaias “tomarão as medidas necessárias para garantir que a Malásia não se torne o depósito de lixo do mundo”, garantiu a ministra do Ambiente, Yeo Bee Yin. O país, acrescentou, “continuará a lutar contra a poluição, em particular o lixo plástico”.
A Malásia informou ter devolvido 150 contentores, entre os quais 43 para a França, 42 para o Reino Unido, 17 para os Estados Unidos e 11 para o Canadá, contendo cerca de 3737 toneladas de resíduos.
Os países exportadores de resíduos e as companhias de navegação suportaram o custo da devolução dos contentores, disse a ministra. “Não queremos pagar um único centavo. As pessoas enviam-nos lixo, não devemos pagar para devolvê-lo”.
O país pretende ainda enviar outros 110 contentores em breve, incluindo 60 para os Estados Unidos, observou o ministro.
O mercado global de reciclagem mergulhou no caos após a decisão da China de fechar as suas portas para a maioria dos tipos de resíduos de plástico. Muitas empresas de reciclagem chinesas foram realocadas para a Malásia.
Em maio do ano passado, cerca de 180 países concordaram em alterar a Convenção da Basileia para tornar o comércio global de resíduos plásticos mais transparente e melhor regulado. Os EUA são o maior exportador mundial de resíduos plásticos – o país não ratificou o pacto que já tem 30 anos.
ZAP // Lusa