O SC Braga venceu um jogo no palco do Dragão em duelos do campeonato 15 anos depois. No embate que abriu as contas da 17ª jornada, a última da primeira volta da Liga NOS, os minhotos derrotam o FC Porto por 2-1.
Fransérgio abriu a contagem, Soares empatou e Paulinho fechou as contas do triunfo “arsenalista”, algo que não acontecia desde 30 de Janeiro de 2005. O encontro desta sexta-feira fica ainda marcado pelas duas grandes penalidades desperdiçadas por Alex Telles e Soares.
O jogo explicado em números
- Antes do apito inicial, os treinadores foram protagonistas. Sérgio Conceição fez duas alterações relativamente à visita da última jornada ao reduto do Moreirense: saltaram do “onze” Diogo Leite, por opção, e Nakajima, por lesão, e entraram Marcano e Manafá, o que fez com que Corona subisse no terreno de jogo para actuar como extremo-direito. Por sua vez, Rúben Amorim abdicou de Murilo e de Ricardo Horta e apostou em Sequeira e Wilson Eduardo. Estavam lançados os dados, quem iria levar a melhor?
- Eficácia máxima. No primeiro remate enquadrado da partida, marcava o relógio cinco minutos, Fransérgio inaugurou o marcador, num lance que apenas foi validado pelo árbitro Carlos Xistra após consulta do VAR. Foi o primeiro golo que a formação “azul-e-branco” sofreu esta temporada na Liga NOS no Estádio do Dragão.
- Na resposta, Manafá, primeiro, e Marcano, segundos depois, ficaram a escassos centímetros do empate. Início de duelo no Dragão impróprio para cardíacos.
- À passagem dos 20 minutos, o FC Porto tinha mais posse de bola – 55% -, e apenas um remate desenquadrado, por seu turno, os “arsenalistas” eram perigosos nos ataques e ameaçavam a defensiva contrária sempre que o trio ofensivo – Wilson Eduardo, Paulinho e Trincão – aceleravam, como ficou demonstrado aos 19 minutos. A equipa forasteira, galvanizada pela vantagem, tinha 15 duelos ganhos contra apenas cinco dos anfitriões.
- Aos 27 minutos, Bruno Viana, numa tentativa de atraso, quase marcava na própria baliza. Matheus estava atento e impediu o golo do colega de equipa. Numa fase próxima do intervalo, Raúl Silva travou Corona em falta na área e, na conversão da grande penalidade, aos 44, Alex Telles rematou e Matheus, com a perna esquerda, defendeu e manteve a vantagem do Braga no marcador.
- O “dragão” entrou em cena com toda a pujança, dominador, afirmativo, mas sem criar situações claras de golo. Letais, os “bracarenses” marcaram na primeira vez que testaram a baliza adversária e ganharam fôlego e confiança para realizarem uma exibição personalizada e que dificultou as acções do FC Porto, que ainda desperdiçou uma soberana ocasião para empatar, desperdiçada por Alex Telles da marca dos 11 metros. O melhor jogador em campo nesta fase era o guarda-redes Matheus, com um GoalPoint Rating de 6.2, que premeia a atenção e elasticidade do brasileiro, que defendeu uma grande penalidade, teve um alívio, 22 acções com a bola e assinou no total duas intervenções.
- Aos 48 minutos um corte salvador de Tormena tirou a bola dos pés de Marega. Os comandados de Sérgio Conceição voltaram a pressionar a primeira fase de construção contrária e, neste período de maior fulgor, voltaram a rondar o empate. O récem-entrado David Carmo, que substituiu ao intervalo Raúl Silva, fez falta sobre Otávio na área. Na marcação da grande penalidade, Soares atirou a bola ao poste esquerdo da baliza adversária.
- O FC Porto tanto insistiu que acabou por marcar aos 58 minutos. Marega assistiu e Soares, ao primeiro poste, atirou a contar no terceiro remate enquadrado à baliza da equipa da casa. Em cinco jogos ao serviço do FC Porto frente ao Braga, o avançado brasileiro apontou o sexto golo. Este foi o 14º tento do camisola 29 em 27 jogos oficiais em todas as provas esta temporada.
- Após o empate, uma fase marcada por muitas faltas, com o FC Porto a dominar – quatro remates, 53% da posse de bola e dois cantos -, e o Braga a passar pela pior fase no duelo, sem conseguir sair em ataques rápidas e a travar os portistas com falta – sete.
- Na sequência de um canto, apontado por Sequeira, Paulinho, com o auxílio das costas, conseguiu ludibriar Alex Telles e Marchesín e voltou a colocar os visitantes em vantagem. Foi o nono golo do ponta-de-lança luso na Liga NOS – e o 16º contabilizando todas as competições -, no primeiro remate enquadrado da equipa de Rúben Amorim na segunda parte e quando o adversário era mais dominador.
- Com mais espaço e com Galeno – duas faltas sofridas, 19 acções com bola, dois desarmes, sete passes e um remate bloqueado – em evidência, os forasteiros quase ampliavam a vantagem. O extremo centrou e por muito pouco a bola não chegou a Ricardo Horta. Mais com o coração do que com a razão, o FC Porto tentou, mas não conseguiu evitar o primeiro desaire em casa e o segundo na prova. Um início de sonho nesta era de Rúben Amorim ao leme da equipa “arsenalista”: três jogos e outros tantos triunfos dos “guerreiros”, que voltaram a demonstrar fibra de aço.
O melhor em campo GoalPoint
Um autêntico muro. Matheus esteve em evidência no duelo desta sexta-feira. Não tremeu com a bola nos pés e foi fundamental ao suster os ataques contrários, defendendo uma grande penalidade, perto do intervalo, de Alex Telles.
O “guardião”, teve um GoalPoint Rating de 7.0, que premeia os seguintes dados: quatro defesas, três em remates já na área do Braga – uma eficácia de 80% -, e dois cruzamentos bloqueados.
Jogadores em foco
- Mbemba 6.6 – A melhor unidade do FC Porto no terreno de jogo. Agora na companhia de Marcano, o defesa-central congolês rubricou uma boa exibição e na sua ficha teve um remate enquadrado, uma eficácia de passe de 88% – cinco passes falhados em 41 tentativas -, falhou apenas um dos nove passes longos que fez, e ainda registou seis desarmes e assinou três intercepções.
- Corona 6.2 – Voltou a subir no terreno, deixando o lado direito da defesa. Foi eficaz no passe, com 75%, acertou dois dos três passes longos tentados, sofreu três faltas, uma delas de Raúl Silva, no lance da grande penalidade desperdiçada na etapa inicial por Alex Telles.
- Uribe 6.1 – Arriscou o remate em duas ocasiões, mas sem a direcção que desejava. Somou ainda 47 acções com a bola nos 72 minutos em que actuou, recuperou dez vezes a posse, o mesmo número de vezes que acabou por perder a mesma. Assinou dois desarmes.
- Bruno Viana 6.1 – Falhou apenas um passe em 26 ocasiões – 96% de eficácia -, esteve a 100% no capítulo dos passes longos, acertou o único drible tentado e carimbou três intercepções e outros tantos alívios.
- Paulinho 5.7 – Dois remates, um golo, 43 acções com a bola, um duelo aéreo ofensivo ganho em duas tentativas e dois alívios. São estes os números do marcador do golo que garantiu o triunfo do Braga.
- Alex Telles 4.4 – Lutou mas não teve uma noite feliz. Desperdiçou uma grande penalidade e não teve o pé calibrado nos cruzamentos – acertou apenas um em dez tentados. Do seu registo há ainda três remates, 84 acções com a bola, quatro ocasiões de golo criadas e 12 passes falhados em 35 tentativas.
Resumo
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