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Museu de Auschwitz desaconselha leitura de “O Rapaz do Pijama às Riscas”

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O Memorial de Auschwitz-Birkenau aconselha “todo aquele que estuda ou ensine a história do Holocausto” a “evitar ler” o romance infantil “O Rapaz do Pijama às Riscas”, publicado em 2006 pelo irlandês John Boyne.

O conselho do Museu de Auschwitz surgiu a 5 de janeiro depois de o próprio autor do livro ter criticado no Twitter o elevado número de romances publicados recentemente que incluem a palavra Auschwitz, conta o jornal britânico The Guardian.

“Não consigo deixar de pensar que os editores e escritores estão a construir um género literário que se vende bem”, escreveu o autor, citado pelo jornal Público, que dá conta que o tweet de Boyne foi publicado foi entretanto apagado.

O irlandês apontou, a título de exemplo, algumas obras para sustentar o seu argumento, como é o caso de “O Tatuador de Auschwitz” (2018), baseado numa história real, da neozelandesa Heather Morris.

Na resposta, o Museu de Auschwitz diz “compreender as preocupações” do irlandês e frisa falhas encontradas em alguns livros. “A instituição assinalou em tempo útil que ‘O Tatuador de Auschwitz’ continha numerosas imprecisões, informação inconsistente com os factos, bem como exageros, más interpretações e subestimações”.

O Museu vai ainda mais longe e desaconselha a leitura do livro de Boyne, publicando um link para um texto sob o título “O problema com o Rapaz do Pijama às Riscas”, do site britânico Exposição e Centro de Investigação do Holocausto.

O texto, conta ainda o jornal Público, alerta para o risco de se acreditar que o “O Rapaz do Pijama às Riscas” conta uma história verdadeira e sublinha que os acontecimentos narrados por Boyne “nunca poderiam ter ocorrido”.

“O Rapaz do Pijama às Riscas” narra a amizade de um filho de um oficial do Terceiro Reich e um rapaz judeu internado em Auschwitz. Vendeu sete milhões de exemplares e foi adaptado ao cinema, dirigido por Mark Herman.

ZAP //

 

 

5 Comments

  1. A inveja por causa da falta de criatividade dá nisso.
    A inveja e a falta de assistência espiritual criativa.
    Esse museu nem deveria tão pouco existir, e quem o representa deveria estar calado. Aliás que história é essa de museu que fala?! Assombração é?!
    Deixem o senhor escritor em paz, já até arrumei um clube com bem mais de 70 milhões pra comprar tá?
    Oxe.!
    Agora é que se lembram de vir com a ética, não é um pouco tarde não?
    Não vai tardar aparecem a dizer que eram santos!

  2. Nunca poderia acontecer porquê?!
    Se tanta coisa no mundo aconteceu sem que ninguém percebesse, porque não uma história destas?
    Não li o livro, mas vi o filme e geralmente os filmes são menos completos que os livros, mas… confesso que me incomodou, enquanto mãe e ser humano.

  3. Falam os gajos que primeiro falavam em 8 milhões de judeus mortos em Auschwitz, para depois passar a 6 milhões, 4 milhões… e afinal agora são apenas 380 mil e desses, apenas metade eram Judeus?

  4. Realmente, tudo o que faz abanar as consciências, desmascarar o lado hediondo de História, seja ele de que quadrante for, os tais seguidores secretos inventam logo que tudo é cozinhado, inventado e aldrabado.
    Pode haver histórias que nos mexa com a consciência, mas no fundo pode-se misturar a ficção com a realidade, em que o resultado final é apoteótico, e infelizmente ou felizmente com bons e menos bons resultados…
    “O Rapaz do Pijama às Riscas” ficará para sempre na memória, pela história da amizade, longe das guerras da discórdia dos seres humanos, num olhar simples de gente simples com histórias que nos comovem, nos faz rir e com uma lágrima no canto do olho.
    Finalmente, como é possível esperar que a humanidade ouça conselhos, se nem sequer ouve as advertências, os sinais que nos surgem no dia a dia, e que nosso espírito egocêntrico nos atrapalha e que muitas vezes relegamos no dia a dia para segundo plano e deixamos de viver mais condignamente pelo nosso estúpido orgulho.
    Tenho dito. !!!

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