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Diretas pressionam Rio a carregar na oposição (e podem fazê-lo votar contra o OE)

Paulo Novais / Lusa

Rui Rio

Os militantes do PSD vão às urnas este sábado escolher entre Rui Rio, Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz. Na véspera das diretas do partido vota-se o Orçamento do Estado para 2020.

Na próxima sexta-feira, dia 10 de janeiro, vota-se, na generalidade, o Orçamento do Estado para 2020. Uma abstenção do PSD bastaria para viabilizar automaticamente a proposta de lei, dando assim liberdade aos antigos parceiros de geringonça – Bloco de Esquerda e PCP – para votarem contra sem correrem o risco de chumbarem o OE.

No dia seguinte, sábado, cerca de 40 mil militantes do PSD estão convocados para decidirem o novo líder do partido: se mantêm Rui Rio na liderança ou se preferem Luís Montenegro ou Miguel Pinto Luz. Se nenhum conseguir alcançar a maioria, haverá uma segunda volta entre os dois mais votados, no dia 18 deste mês.

Ao que o Diário de Notícias apurou, as diretas do partido obrigaram o atual líder a fazer uma oposição mais aguerrida ao Governo. Para já, a direção do PSD continua sem abrir o jogo em relação à intenção de voto, mas todos os dirigentes e deputados ouvidos pelo matutino garantem que Rio deverá votar contra o Orçamento do Estado.

O atual líder deverá anunciar a intenção de voto esta terça-feira, por volta das 16h30. Ainda que não tenha feito o anúncio informal, Rio já admitiu, em entrevista à TVI, que “o mais normal é que o principal partido da oposição vote contra” a proposta orçamental do Governo.

Também no final de dezembro, em Castelo Branco, o candidato à liderança laranja sublinhou que a probabilidade de o PSD estar de acordo com um Orçamento do PS “é muito escassa“.

“Todos nós temos consciência de que a probabilidade de o PSD estar de acordo com um orçamento apresentado pelo PS, ao abrigo de um programa do PS, é muito escassa, mas convém ver o documento e argumentar o porquê de um não, por exemplo. E é isso que nós estamos a fazer”, disse, na altura, aos jornalistas.

Certo é que o sentido de voto do PSD não será obrigatório para todos os deputados do partido, sendo que as regras da autonomia dão liberdade aos eleitos dos Açores e da Madeira.

LM, ZAP //

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