/

PJ exclui crime de ódio racial no caso do jovem cabo-verdiano morto por bando

1

Luís Giovani / Facebook

Luís Giovani

A morte de Giovani, agredido por um grupo de jovens à saída de uma discoteca em Bragança, levantou suspeitas de ódio racial. No entanto, a PJ exclui esta hipótese.

Luís Giovani dos Santos Rodrigues, jovem cabo-verdiano de 21 anos, foi espancado por um grupo de indivíduos no dia 21 de dezembro, em Bragança, à saída de uma discoteca. Agredido com cintos, paus e ferros, o jovem esteve internado no Hospital Santo António, no Porto, mas não resistiu aos ferimentos e acabou por morrer na véspera de ano novo.

A morte do estudante do Instituto Politécnico de Bragança tem sido associado ao ódio racial pela opinião pública, mas de acordo com o jornal Público, a Polícia Judiciária afasta essa suspeita e crê que se trata de um motivo fútil. A autópsia foi inconclusiva, ficando por se perceber se morreu pelas agressões que sofreu ou pela queda.

A PSP, que tomou conta de ocorrência, esteve a investir o caso como crime de ofensa à integridade física. Entretanto, A PJ assumiu as rédeas, mas exclui qualquer suspeita de ódio racial na morte de Giovani. Até ao momento, apenas dois suspeitos foram identificados pelas autoridades.

Vários foram os políticos que se insurgiram contra a falta de divulgação mediática do caso e fraca resposta para tentar apurar responsabilidades.

A luta contra o ódio e o racismo é também a luta pelo reforço da democracia, não apenas enquanto sistema político, mas enquanto um bem a preservar em tempo de ameaças e manipulações ideológicas”, escreveu Joacine Katar Moreira, do Livre, numa nota divulgada. Isabel Moreira, do PS, e José Soeiro, do BE, também fizeram reparos sobre o incidente.

Os problemas terão começado ainda na fila de entrada para a discoteca quando um dos amigos do jovem tocou numa rapariga sem querer. O namorado não terá gostado e os ânimos exaltaram-se, obrigando os funcionários do estabelecimento noturno a intervirem.

Quando estava a ir para casa, Luís Giovani e os amigos foram surpreendidos por um grupo. “Assim que viraram a esquina para ir para casa, eles caíram todos em cima do amigo mais velho, que está com o corpo cheio de hematomas”, disse um primo de Giovani ao jornal Contacto. “O Giovani foi lá pedir para pararem e antes de acabar a frase levou com uma paulada na cabeça”.

Depois da agressão, o grupo de jovens terá fugido e Giovani ainda terá conseguido cambalear cerca de 500 metros antes de cair inconsciente no chão.

Governo garante justiça

O Governo português lamentou no domingo à noite a “barbara agressão” que resultou na morte de um estudante cabo-verdiano em Bragança, deixando garantias de que os responsáveis serão identificados e levados à justiça.

“Lamentamos profundamente a bárbara agressão de que resultou a morte, em Bragança, de um estudante cabo-verdiano. Os responsáveis serão identificados e levados à justiça”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal através da sua conta na rede social Twitter.

“Os cabo-verdianos são nossos irmãos e muito bem-vindos em Portugal”, acrescentou o MNE.

O ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades de Cabo Verde, Luís Filipe Tavares, pediu “celeridade” no “esclarecimento cabal” pelas autoridades portuguesas da “trágica” morte do estudante e o Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, adiantou também estar a acompanhar, através da Embaixada em Lisboa, os contornos da “morte brutal” do estudante.

O embaixador de Cabo Verde em Portugal, Eurico Monteiro, tinha igualmente pedido a clarificação “cabal” das circunstâncias da morte do jovem.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Não foi o primeiro nem será o ultimo, e isto que seja branco, preto ou mesmo cor de rosa . A verdadeira razão reside no facto que estes (Jovens) se tornam violentos, é de serem já por si violentos. Os estabelecimentos de digressão nocturnos, são por natureza o palco de todos os excessos, tornando-se ambientes toxicos, estimulando a violência latente ao favor de situações muitas vezes pueris. É mais uma morte inútil a lamentar, há sítios a evitar e estes estabelecimentos são uns deles !

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.