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Parlamento iraquiano vota a favor da expulsão de tropas dos EUA

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O parlamento iraquiano votou favoravelmente uma proposta no sentido de expulsar do Iraque as tropas norte-americanas, na sequência da decisão de matar o líder militar iraniano.

De acordo com a Reuters, a votação foi promovida por fações no Iraque que são apoiadas pelo Irão. A resolução, na prática, vai indicar ao Governo que deve ter interrompida a presença militar norte-americana no país, proibindo as tropas dos EUA de usar os seus recursos, desde o terreno ao espaço aéreo, até a água.

A proposta vai no sentido de revogar o pedido de assistência à coligação internacional contra o Estado Islâmico “devido ao final das operações militares no Iraque e a obtenção da vitória”, pode ler-se na resolução.

Não se trata de uma lei mas de uma resolução não-vinculativa. Ainda assim, o primeiro-ministro Adel Abdul Mahdi já pediu, no passado, ao parlamento que acabe com a presença de tropas dos EUA no país. Agora, reitera a mensagem porque “a confiança entre o Iraque os Estados Unidos foi abalada”, disse o líder do governo no parlamento, citado pela Bloomberg.

Também o líder do grupo xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, pediu este domingo para que o Iraque seja libertado da “ocupação” dos EUA, dois dias depois da morte do general iraniano Qassem Soleimani, vítima de um ataque aéreo norte-americano. “O nosso pedido, a nossa esperança, o que é esperado dos nossos irmãos no parlamento iraquiano é […] adotar uma lei exigindo a saída das forças americanas do Iraque”, afirmou Nasrallhah, durante um discurso divulgado por uma estação libanesa.

O líder do grupo xiita libanês disse que a expulsão dos soldados norte-americanos do Iraque deve ser uma prioridade, no momento em que o Pentágono anunciou a chegada de 750 militares a Bagdade e se prepara para enviar mais cerca de cinco mil, para assegurar a proteção de instalações no Médio Oriente. Para Hassan Nasrallah, os EUA devem “pagar o justo preço” por terem matado o general iraniano Qassem Soleimani.

“Os combatentes suicidas que no passado forçaram os americanos a deixar a nossa região, ainda estão aqui e são até mais numerosos”, disse o líder do Hezbollah, referindo-se às equipas de ataques terroristas que atuam no Médio Oriente.

Sauditas não foram consultados sobre ataque

A Arábia Saudita não foi consultada por Washington sobre o ataque que matou o general iraniano Qassem Soleimani, disse este domingo uma autoridade saudita, enquanto o seu país tenta neutralizar as crescentes tensões na região.

A Arábia Saudita, aliada dos Estados Unidos e rival regional do Irão, está vulnerável a possíveis represálias iranianas prometidas por Teerão para vingar o general iraniano Soleimani, morto num ataque norte-americano a Bagdad, no Iraque, na sexta-feira. “O reino da Arábia Saudita não foi consultado sobre o ataque norte-americano”, disse uma autoridade saudita, que pediu anonimato à agência de notícias AFP.

“Visto os rápidos desenvolvimentos, o reino enfatiza a importância de tomar uma posição de contenção para se prevenir contra qualquer ato que possa levar a uma escalada” da tensão, acrescentou o funcionário.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita pediu moderação na sexta-feira e o rei Salman apelou à diminuição da escalada da tensão durante uma entrevista por telefone com o Presidente do Iraque, Barham Saleh, de acordo com a agência de notícias oficial SPA.

Noutra entrevista por telefone com o primeiro-ministro iraquiano, Adel Abdel Mahdi, o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman enfatizou “a necessidade de acalmar a situação”, segundo o SPA. O príncipe herdeiro instruiu o príncipe Khaled bin Salman, seu irmão mais novo e vice-ministro da Defesa, a viajar para Washington e Londres nos próximos dias para transmitir esse pedido de contenção, noticiou o jornal saudita Asharq al-Awsat.

A tensão entre os Estados Unidos e o Irão aumentou na sequência da morte do comandante da força de elite iraniana Al-Quds, Qassem Soleimani, vítima na sexta-feira de um ataque aéreo contra o aeroporto internacional de Bagdade que o Pentágono declarou ter sido ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos.

O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e apenas terminou quando Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.

O ataque já suscitou várias reações, tendo quatro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas — Rússia, França, Reino Unido e China – alertado para o inevitável aumento das tensões na região e pedido às partes envolvidas que reduzam a tensão. O quinto membro permanente do Conselho de Segurança da ONU são os Estados Unidos.

No Irão, o sentimento é de vingança, com o Presidente e os Guardas da Revolução a garantirem que o país e “outras nações livres da região” vão vingar-se dos Estados Unidos. Também o líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, prometeu vingar a morte do general e declarou três dias de luto nacional, enquanto o chefe da diplomacia considerou que a morte como “um ato de terrorismo internacional”.

 

ZAP // Lusa

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