O aquecimento global é responsável por uma seca épica, um irreversível aumento do nível do mar e um número recorde de incêndios, como é do conhecimento geral. Mas nem tudo é mau, e este é um desses casos. O fenómeno está a restaurar a nossa biosfera. Por exemplo, está a tornar os insectos brancos.
Um novo estudo publicado na revista Nature Communications revela que as populações de insectos em toda a Europa estão a ser clareadas. Borboletas de cor escura e libélulas estão a perder os seus homólogos de cor mais leve, que estão a prosperar em climas mais quentes.
Tal como acontece com os répteis, a cor de um insecto determina, em grande parte, a forma como absorvem a energia do sol. Em locais mais quentes, os insectos evitam o sobreaquecimento, dando preferência à absorção de menos energia solar; as cores mais claras destacam-se nos seus corpos e asas.
Nesta nova pesquisa, liderada pelo professor Carsten Rahbek, do Imperial College de Londres, foram analisadas 366 borboletas e 107 libélulas da Europa, e ficou demonstrado que está a ocorrer uma severa mudança na cor do insecto.
«Relativamente a dois dos principais grupos de insectos, conseguimos demonstrar uma ligação directa entre o clima e os insectos de cor, o que causa impacto na sua distribuição geográfica», afirmou Rahbek em comunicado.
«Sabemos agora que as borboletas e as libélulas de cor mais claras estão a dar-se melhor num mundo mais quente, para além de termos demonstrado que os efeitos da mudança climática no local onde as espécies vivem não são algo do futuro, mas sim da natureza e dos seus ecossistemas que estão em constantes mudanças», acrescentou.
Os climas em aquecimento estão a transformar os insectos mais escuros, tornando-os mais pequenos e menos territoriais. Por outro lado, os mais claros estão em ascensão.
A descoberta é mais um alerta da profunda transformação ecológica que as alterações climáticas estão a provocar um pouco por todo o mundo.
Neste caso em particular, estão a mudar a cor de populações de insectos.
CG, ZAP