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Novo tratamento aumenta a sobrevivência em porcos depois de ataque cardíaco

thornypup / Flickr

Os cientistas descobriram que este tratamento experimental feito em porcos altera o tecido cicatricial que se forma depois de um ataque cardíaco. Embora a extensão das cicatrizes seja a mesma, a estrutura muda, permitindo uma melhor recuperação.

Em caso de ataque cardíaco, o músculo cardíaco é danificado, levando à formação deste tecido cicatricial. Como resultado, mesmo quando as pessoas sobrevivem ao ataque, a sua capacidade de bombear sangue fica mais reduzida.

As respostas médicas existentes atualmente tentam restaurar o fluxo sanguíneo — e, portanto, o oxigénio — para o coração o mais rápido possível depois um ataque. Isso reduz as cicatrizes, mas como os ataques raramente ocorrem quando a tecnologia médica está à mão, muitas vezes chega tarde demais para evitar danos a longo prazo. A insuficiência cardíaca ocorre dentro de um ano após quase um quarto do primeiro ataque dos pacientes.

De acordo com o IFLScience, James Chong, da Universidade de Sydney, na Austrália, administrou uma infusão intravenosa do rhPDGF-AB, fator de crescimento derivado de plaquetas, a 36 porcos durante sete dias.

Um mês depois, os animais que receberam este fator de crescimento tiveram uma melhor função cardíaca e um aumento de 40% na taxa de sobrevivência, relatou o cientista no estudo publicado na revista Science Translational Medicine.

Em declarações a este site, Chong explicou que, inicialmente, a equipa ficou surpreendida com os resultados porque, embora a função cardíaca tenha claramente melhorado, o volume de tecido cicatricial não havia mudado.

Utilizando técnicas avançadas de microscopia, os investigadores descobriram que o tecido cicatricial dos porcos tinha fibras de colagénio “caóticas e desorganizadas”. Mas, para os porcos que receberam o rhPDGF-AB, as fibras ficaram alinhadas.

Embora a equipa ainda não tenha a certeza do motivo pelo qual o tecido alinhado da cicatriz funcione muito melhor, Chong considera que “ajuda na transmissão do músculo cardíaco viável dos dois lados e também auxilia na formação de vasos sanguíneos”. Juntos, permitem que o coração continue a funcionar de forma relativamente normal, mesmo diante de choques induzidos.

A equipa também já tinha conseguido resultados semelhantes em cobaias, mas o bom, neste caso, é que o coração do porco é muito semelhante ao nosso. Por isso, o próximo passo será fazer ensaios clínicos em humanos, embora a universidade ainda precise de investimento para isso acontecer e concluir alguns testes de segurança específicos.

Porém, a principal questão pendente é a rapidez com que, depois de um ataque cardíaco, o tratamento começa a ser eficaz. Os porcos usados nesta pesquisa receberam-no imediatamente depois de ataques induzidos. Como isso não será possível com as pessoas, o tempo de atraso pode ser um fator crucial.

ZAP //

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