Uma equipa de cientistas conseguiu, pela primeira vez, teletransportar informação de um chip para outro. Este é um passo importante no desenvolvimento de computadores quânticos.
Especialistas acreditam que os computadores quânticos e a Internet quântica podem representar um grande impacto para a sociedade do ponto de vista da solução de problemas complexos ou proteção de informações.
Mas estas tecnologias dependem da informação quântica. Esta costuma ser codificada em partículas quânticas de forma individual. E estas partículas são muito difíceis de controlar e medir.
Diante este cenário, foi realizado, pela primeira vez, um teletransporte quântico de informação entre dois chips de computador. O feito foi conseguido por cientistas da Universidade de Bristol e da Universidade Técnica da Dinamarca. A informação foi transferida de um chip para o outro de forma instantânea, sem que ambos estivessem conectados eletrónica ou fisicamente.
O fenómeno conhecido por entrelaçamento quântico é o que possibilita este tipo de teletransporte. Neste fenómeno, duas partículas ficam tão entrelaçadas que conseguem trocar informações mesmo quando estão muito distantes.
Assim, uma partícula tem as suas propriedades alteradas instantaneamente após a alteração daquela com a qual está entrelaçada. Basicamente, as informações são teletransportadas entre elas. O estudo foi publicado, este mês, na revista científica Nature Physics.
Embora, o atual entendimento sobre a Física diga que nada viaja mais rápido do que a velocidade da luz, a informação parece ultrapassar este limite com o teletransporte quântico. Einstein chamou a isso de “ação fantasmagórica à distância”.
O novo estudo ajuda a aproximar este fenómeno da realidade. Para a sua realização, a equipa criou um par de fotões emaranhados nos chips. Depois foi realizada a medição quântica de um deles. O estado do fotão é alterado pela observação e instantaneamente estas alterações são aplicadas ao fotão no outro chip.
Os chips foram programados para realizar uma série de demonstrações utilizando o entrelaçamento. A principal foi a de teletransporte, com a transmissão do estado quântico de uma partícula através dos dois chips, depois da medição quântica.
O coautor do estudo, Dan Llewellyn, explica que “esta medida utiliza o estranho comportamento da física quântica, que simultaneamente retira o elo de entrelaçamento e transfere o estado das partículas para outra partícula já no chip recetor”.
A taxa de sucesso no teletransporte foi de 91%, de acordo com a equipa de cientistas. Além disso, conseguiram realizar outras funções que serão relevantes para a computação quântica. Entre elas, a troca de entrelaçamento (passagem de estado entre partículas que nunca interagiram) e entrelaçamento de até quatro fotões.
A distância de teletransporte das informações foi primeiro de uma sala, depois foi aumentando para 25 km, 100 km e 1.200 km via satélite. Isto já foi tinha sido conseguido entre partes de um chip, mas o teletransporte entre chips diferentes representa um grande avanço para a computação quântica.
ZAP // HypeScience
Como acho incrível o entrelaçamento quântico e o experimento da dupla fenda. Tipo, quando me pego a analisar e tentar entender, vejo que parece existir uma lógica que vai além do que posso imaginar ou prever em passos.
É um grande passo, mais ainda quando estamos numa época de ascenção das tecnologias. Há um grande potencial de benefícios para nossa sociedade, se usado de maneira correta. Só não acostumei com entrelaçamento quântico. É mais rápido que a luz e ao mesmo tempo não é.