Na partida que fechou as contas da 14ª jornada do campeonato, o FC Porto não vacilou e derrotou o Tondela por 3-0 ao ritmo do samba.
Com o triunfo, o conjunto da Invicta voltou à distância de quatro pontos relativamente ao líder Benfica. Na fortaleza do Dragão, Tiquinho Soares, com um bis construído aos dez e 32 minutos, e Otávio, ao minuto 51, carimbaram o sétimo triunfo caseiro dos portistas, que continuam sem saber o que é sofrer golos sempre que jogam em casa na Liga NOS. Já o Tondela não conseguiu demonstrar todo o seu potencial e averbou o sexto desaire, segundo como visitante. Os homens de Natxo González têm 18 pontos.
O jogo explicado em números
- Antes do apito inicial houve novidades nos “onzes” iniciais. Do lado do “dragão”, o capitão Danilo Pereira ficou fora dos 18 eleitos. Nakajima foi aposta de Sérgio Conceição e a única nota de destaque relativamente à equipa que derrotou o Feyenoord na passada quinta-feira. Otávio juntou-se a Matheus Uribe no corredor central, enquanto as alas ficaram a cargo de Luis Díaz, à esquerda, Marega ocupava o flanco oposto e o japonês actuava nas costas de Soares.
- Do lado dos tondelenses, e tendo em conta o triunfo diante do Famalicão na ronda anterior, realce para as entradas de Denílson, Toro e Ricardo Alves para as vagas de Yohan Tavares, António Xavier e Strkalj, respectivamente.
- Os anfitriões levaram à letra (e à cabeça) a palavra eficácia e, no primeiro remate do encontro, aos dez minutos, Tiquinho Soares correspondeu da melhor forma ao cruzamento de Corona e inaugurou a contenda. Foi o sétimo golo do dianteiro brasileiro na época e o segundo na Liga NOS.
- Num jogo morno, apenas à passagem do minuto 32 houve motivos de interesse: canto cobrado por Alex Telles, Marega desviou e, ao segundo poste, Tiquinho Soares, de cabeça, ampliou a vantagem. Nos dois remates enquadrados que fez, o FC Porto marcou.
- Dois minutos volvidos, o Tondela conseguiu gizar o primeiro lance de perigo. João Pedro atirou e, por escassos centímetros, Jonathan Toro não conseguiu desviar para o fundo das redes adversárias.
- Os visitantes, que até ao embate desta segunda-feira apenas tinham perdido uma partida fora de portas na prova, demonstravam muitas dificuldades em articular lances ofensivos e eram muito macios sempre que os “dragões” apertavam o último reduto.
- Intervalo Sem forçar, bastou uma exibição o quanto baste foi suficiente para que os “azuis e brancos” conseguissem uma confortável vantagem ao intervalo. Tiquinho Soares foi decisivo e nas duas ocasiões que teve, aproveitou e deu expressão ao domínio dos vice-campeões nacionais, que tiveram mais posse de bola – 68% contra 32% -, foram mais eficazes no passe de 91% versus 78%, remates – cinco contra apenas um e cantos (quatro contra zero). O Tondela chegou ao relvado do Estádio do Dragão com boas intenções, mas foi pouco intenso a defender e parco nas ideias no capítulo ofensivo. Nesta fase, o melhor em campo foi Tiquinho Soares, com um GoalPoint Rating de 7.5, graças aos dois golos que apontou, nos dois remates que realizou, às duas faltas que sofreu e às 23 acções com bola que teve.
- Foi com nota artística que o emblema portista chegou ao terceiro golo, por intermédio de Otávio, num belo lance que começou em Uribe, passou por Nakajima e chegou a Corona, que de calcanhar assinou a segunda assistência da noite.
- Aos 66 minutos, o FC Porto não só tinha amealhado uma confortável vantagem no marcador, como ainda tinha um registo de 66% de posse de bola, nove remates, quatro enquadrados à baliza de Cláudio Ramos, cinco cantos e ainda 90% de eficácia de passe.
- Até ao apito final, o FC Porto continuou a construir e desperdiçar soberanas ocasiões para dilatar (ainda) mais a vantagem. Mas o resultado não voltaria a sofrer alterações.
O melhor em campo GoalPoint
A atravessar uma excelente fase, o avançado brasileiro continua com a mira calibrada e, na noite desta segunda-feira, demonstrou isso mesmo. Além dos dois golos, ambos de cabeça e repletos de oportunismo, Tiquinho Soares não deu um lance por perdido, e procurou sempre dar uma linha de passe aos colegas. Além dos bis, o camisola 29 assinou mais outros dois cabeceamentos, falhou apenas quatro dos 18 passes tentados e somou 33 acções com a bola, registando um GoalPoint Rating de 7.8.
Jogadores em foco
- Corona 7.4 – Começam a faltar os adjectivos para descrever a época do mexicano. Sempre regular, seja em que posição for – lateral ou extremo -, voltou a ser decisivo com duas assistências, uma a abrir, para o primeiro tento de Soares, e outra a fechar para Otávio. A confiança que tem pode ser descrita neste dado: dos quatro dribles tentados, três foram eficazes.
- Uribe 7.1 – Elemento mais recuado na dupla do meio-campo com Otávio, o colombiano soube ler todos os momentos, foi imprescindível na recuperação da bola – sete -, realizou e cinco desarmes e foi essencial a lançar as investidas ofensivas, com 105 acções com bola e duas tentativas de visar a baliza adversária.
- Otávio 7.0 – Marcou o seu primeiro golo da temporada na Liga e esteve sempre ligado à corrente, interpretando como ninguém o papel que Sérgio Conceição lhe concedeu. Eficaz no passe, com 96% – falhou apenas quatro dos 89 tentados -, acertou quatro dos seus cinco passes longos, acrescentando, também, sete recuperações de bola.
- Alex Telles 6.2 – Soube “secar” Jhon Murillo na defesa, e no ataque arriscou a sorte em busca do golo, com três remates e uma assistência que redundou no segundo golo da partida.
- Filipe Ferreira 5.4 – O melhor elemento do Tondela nas quatro linhas, com eficácia máxima nos dribles – três em três -, um duelo aéreo defensivo ganho, três intercepções e três alívios.
- Denílson 4.0 – O espelho da desinspiração ofensiva dos tondelenses. O avançado, e homem mais adiantado no terreno dos visitantes, não teve nenhum registo de ataque na sua ficha individual, nas 35 acções em que teve a bola.
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