A chanceler alemã, Angela Merkel, visitou esta sexta-feira pela primeira vez o campo de concentração e extermínio de Auschwitz-Birkenau num “sinal de reconciliação com os judeus e o estado de Israel”, considera o historiador René Schlott.
A chefe do governo da Alemanha, há 14 anos no cargo, é a terceira chanceler – depois de Helmut Schmidt e Helmut Kohl – a visitar o antigo campo de concentração e extermínio de Auschwitz-Birkenau, construído pelo regime alemão nazi em território da Polónia e onde morreram cerca de um milhão e 100 mil pessoas.
“A memória dos crimes nazis é “inseparável ” da identidade alemã”, disse esta sexta-feira a chanceler Angela Merkel. “A lembrança dos crimes, a referência aos autores e a homenagem digna às vítimas, são uma responsabilidade que nunca poderá acabar. Não é negociável. É inseparável do nosso país. É preciso ser consciente dessas responsabilidades que são parte da nossa identidade nacional”.
Merkel confessou sentir-se “profundamente envergonhada pelos crimes atrozes” ali cometidos pelos alemães, “que vão além de todos os limites imagináveis”.
“Quando se percorre este lugar, só se pode guardar um respeitoso silencio, porque não há palavras para descrever toda a tristeza e sofrimento dos que aqui foram assassinados, torturados e humilhados”, disse Merkel.
O primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, o diretor do Conselho Central de Judeus da Alemanha, Josef Schuster, o diretor do Congresso Mundial de Judeus e um sobrevivente de Auschwitz acompanharam esta visita.
A chanceler, que tinha 9 anos quando terminou a II Guerra Mundial, começou a visita atravessando o conhecido portão com a frase “Arbeit macht frei” (O trabalho liberta) e prestou um minuto de silêncio junto ao “muro da morte” onde milhares de prisioneiros foram alvejados. Merkel fez ainda um discurso e deixou uma coroa de flores no campo de Birkenau.
De acordo com números avançados pela polícia, as ofensas antissemitas na Alemanha aumentaram quase 10% no ano passado para 1,646, o nível mais alto da última década. Os ataques violentos cresceram mais de 60%.
O partido de extrema-direita, Alternativa para a Alemanha (AfD), tem-se destacado pelo crescente discurso xenófobo. O antigo líder, Alexander Gauland chegou mesmo a dizer que o holocausto foi apenas um pequeno ponto na história do país.
Foi a primeira vez que Angela Merkel visita o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, que assinala, a 27 de janeiro do próximo ano, 75 anos da sua libertação pelos soldados soviéticos. No entanto, a chanceler já visitou outros campos na Alemanha e o memorial do holocausto Yad Vashem em Jerusalém.
ZAP // Lusa
Faco ideia como estas envergonhada quando andas a destruir teu pais.
Plenamente de acordo mas “estás” leva acento no a, porque “estas” é um pronome demonstrativo e “estás” é uma forma do verbo estar.