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Não se irrite. Fisco vai comunicar de forma mais clara

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(dr) Laura Haanpaa

A Autoridade Tributária e Aduaneira vai lançar um serviço de apoio e defesa ao contribuinte que usará uma linguagem mais simples e clara. A alteração é inspirada num modelo britânico.

A Autoridade Tributária e Aduaneira vai ter, a partir de janeiro, um serviço de apoio e defesa do contribuinte, tutelado pelo subdiretor-geral da área da relação com o contribuinte, anunciou o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.

António Mendonça Mendes, que esteve a ser ouvido na Comissão de Orçamento e Finanças a propósito do relatório de 2018 sobre o Combate à Fraude e Evasão Fiscais e Aduaneiras, referiu ainda que o novo serviço é composto por uma equipa que está a ser recrutada internamente.

Entre as missões deste serviço estará o apoio aos contribuintes quando estes necessitem de acionar meios de defesa ou o reforço da eficácia das notificações, através, por exemplo, da utilização de uma linguagem mais clara e reforçando a explicação que esteve na base daquela notificação.

“Muitas vezes as pessoas recebem uma notificação [para pagamento] e ficam irritadas porque nem percebem o que estão a pagar”, exemplificou o secretário de Estado, lembrando que, no processo de reliquidação de cerca de 10 mil declarações de IRS de 2015, no valor de 3,5 milhões de euros, a AT tomou a iniciativa de enviar a todos os contribuintes notificados uma carta a explicar o motivo bem como as formas de pagamento e de contestação ao seu dispor.

“É um caminho que estamos a fazer e espero que a partir do próximo ano seja mais visível”, referiu António Mendonça Mendes, lembrando que a informação recolhida sobre a eficácia das notificações indica que esta é maior quando as pessoas percebem porque estão a ser notificadas.

Atualmente já é possível recorrer a este tipo de apoio através do e-balcão e do CAT – Centro de Atendimento Telefónico, mas com o novo serviço de apoio e defesa, os contribuintes verão reforçados os meios de acesso.

Nesta audição, António Mendonça Mendes referiu que a carta visou ajudar os contribuintes a perceber por que motivos lhes era agora pedido para pagarem um valor de imposto de cerca de 400 euros, relativo a uma situação que já tinha ocorrido há quatro anos.

Em março, em entrevista à Lusa, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, anunciou que a AT iria passar a ter um serviço de apoio e defesa do contribuinte e um subdiretor-geral responsável exclusivamente pela relação com os contribuintes.

Na ocasião, António Mendonça Mendes referiu que, dos cerca de 25 milhões de liquidações que a AT faz por ano, cerca de 45 mil são objeto de contencioso, e que “muitas das queixas [feitas] são pela dificuldade em compreender as notificações da AT“.

Em julho, Nuno Miguel Bernardes Coelho Santos Félix, foi nomeado em regime de substituição, para o cargo de subdiretor-geral da área da Relação com o Contribuinte da Autoridade Tributária e Aduaneira.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. No meu caso pessoal a Autoridade Tributária não passam de ladrões de colarinho branco. Onde já se viu um contribuinte que foi absolvido em 3 instâncias judiciais, a saber: Leiria, Loures e TAF/Castelo Branco continuar a ter a reforma penhorada e a não ser reembolsado do que foi roubado? A ética, honestidade, verticalidade ficam bem mas não deve ser à AT.

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