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Tecnologia usada em Marte ajuda a detectar fugas de água em Gaia

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Um sistema “pioneiro em Portugal” que recorre a tecnologia usada em Marte, para detectar água, está a ser utilizada pela empresa municipal Águas de Gaia, em Vila Nova de Gaia, para detectar fugas no sistema de abastecimento de água.

O projecto-piloto arrancou no início desta semana e o objectivo é reduzir as perdas de água de 16% por ano, diminuindo os prejuízos que isso acarreta que se situam na ordem dos 2,5 milhões de euros, conforme dados avançados pelo Jornal de Notícias e pela TSF.

Até 2024, “a Águas de Gaia quer diminuir de 30 para 18 a percentagem de água não facturada, enquanto no gráfico das perdas de água quer passar dos 16% para os 10%”, salienta o administrador da Águas de Gaia, Miguel Lemos, aquando da apresentação do projecto denominado Água 4.0.

A tecnologia, cuja implementação custou cerca de 20 mil euros, recorre a imagens de satélite para localizar, através de um radar, a existência de cloro, o que indicia a presença de água potável e pode ser um sinal de uma fuga.

O administrador da Águas de Gaia nota que os dados detectados pela aplicação são cruzados com o “sistema de informação geográfica” da empresa municipal para confirmar se estão em causa “piscinas ou fontes de água pública”. Esse cruzamento de dados permite aferir com mais precisão as fugas. “Existe uma margem de erro, mas será inferior a 10%”, destaca Miguel Lemos.

“O satélite já detectou 177 pontos de interesse, que corresponderam a 138 fugas” que “já começaram a ser resolvidas”, salienta o administrador da empresa municipal.

Desenvolvida pela empresa Utilis Corp, a tecnologia está a ser usada em cerca de 40 países desde 2015.

“A ideia surgiu através de um algoritmo criado pelo nosso CTO, Lauren Guy, para encontrar água em Marte. Depois pensou que poderia ser usado também no nosso planeta, então adaptou-o”, explica o representante da Utilis, Vitaly Bernshtein, citado pelo JN.

A Águas de Gaia pretende usar a aplicação “de forma permanente”, como constata Miguel Lemos. “O objectivo é daqui a seis meses fazer uma nova captação de imagens satélite para verificar se os pontos detectados estão resolvidos e encontrar outros que possam existir”, avança o administrador da empresa municipal.

Esta tecnologia vai possibilitar aumentar a eficiência do serviço e a médio-longo prazo, ajustar as tarifas de água, com eventuais ganhos para os consumidores, como admite Miguel Lemos.

ZAP //

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