O antigo líder parlamentar, que é agora candidato à liderança do PSD, disse que se for eleito presidente do partido, contará com os 79 deputados sociais-democratas à Assembleia da República, incluindo o atual líder, Rui Rio.
“No dia 12 de janeiro, quando já for presidente do PSD, contarei com os 79 deputados, incluindo o Dr. Rui Rio, que é um deputado qualificado que poderá ajudar o PSD no futuro”, disse, esta quarta-feira, Luís Montenegro em declarações à agência Lusa, no âmbito de uma visita ao Politécnico de Leiria e à Nerlei – Associação Empresarial de Leiria.
Recusando-se a fazer uma avaliação à prestação do atual presidente do PSD enquanto líder da bancada, Montenegro adiantou, contudo, que “respeita” e “compreende” que Rio tenha optado por assumir as funções de presidente do grupo parlamentar “de forma transitória, até à clarificação interna que vai ocorrer após as eleições”.
“Espero que cumpra o papel de representação dos eleitores e dos interesses do PSD no Parlamento. Isso é uma ação que deve desempenhar no cumprimento do mandato que o povo lhe deu nas últimas eleições, ele e os outros 78 deputados que o acompanham na nossa bancada parlamentar”, acrescentou o candidato a líder do PSD.
Montenegro considerou ainda que o PSD “tem que fazer, cada vez mais, um esforço de diferenciação relativamente àquilo que é o Governo socialista, comunista e bloquista, que, fruto desta configuração tripartida, está a contribuir para a estagnação social e económica do país”.
Defendendo a “apresentação de ideias alternativas” por parte do PSD, para que “possam ser uma força motora muito mais potente para o desenvolvimento”, o candidato apontou que é “preciso apostar mais nas empresas, ter uma fiscalidade mais previsível” e “uma competitividade fiscal melhor, quer do ponto de vista dos impostos sobre as pessoas e sobre as famílias quer do ponto de vista dos impostos sobre as empresas”.
“Os outros crescem mais do que nós por alguma razão. Crescem mais, porque têm uma maior atratividade para o investimento. Estamos com uma situação de ficção nacional à volta da qual parece que está tudo bem”, mas, sublinhou, o país está a “perder tempo”.
Montenegro sublinhou que o PSD tem de transmitir às pessoas que não vai “arrumar a casa que os socialistas vão desarrumar”, mas vai “fazer melhor”. “Estamos aqui para ter maior crescimento, porque trará mais justiça e mais oportunidades, mais sustentabilidade e desenvolvimento”, destacou.
Ser candidato “é assumir uma responsabilidade”
Luís Montenegro justificou a sua visita a Leiria com o objetivo de “conhecer com a maior proximidade a realidade do país e interagir com os agentes políticos partidários”, mas também com os “agentes cívicos, sociais e, no caso, ligados ao setor chave da sociedade: economia e educação e qualificação”.
“Ser candidato do PSD não é pura e simplesmente estar a ser escolhido pelos militantes de um partido. É assumir uma responsabilidade perante a sociedade e as pessoas”, acrescentou, realçando que o Politécnico de Leiria é “uma força muito grande no ensino universitário em Portugal” e que dá “um contributo muito positivo para o equilíbrio regional e para a distribuição territorial das oportunidades”.
O candidato frisou ainda estar “numa das regiões mais dinâmicas do país, com uma diversidade de setores de atividade económica muito significativa, com uma vontade muito grande de inovar, de estar no centro do desenvolvimento”.
Além Montenegro e do líder, Rui Rio, é anunciou também concorrer à liderança do PSD o vice-presidente da Câmara de Cascais Miguel Pinto Luz, não sendo ainda conhecidos outros candidatos. As eleições diretas estão marcadas para 11 de janeiro de 2020.
“Acho que era capaz de conseguir derrotar Costa”
Em entrevista ao Público e à Renascença, o candidato à liderança do PSD mostrou-se convencido de que, se tivesse ganho as eleições internas em janeiro e tivesse liderado o PSD a partir daí, tinha conseguido derrotar António Costa. “Acho que era capaz de o conseguir fazer. Sem dúvida”.
Mesmo com o discurso das contas certas do PS, Montenegro diz que o PSD poderia ter ganho ao PS nas Legislativas de outubro. “Nós temos contas certas, e isso é bom mas temos uma fatura muito grande para pagar e muito maior do que aquela que estávamos a recuperar o país da troika e da bancarrota”.
“Nós hoje temos contas certas à conta de quê? Da maior carga fiscal de sempre e do maior desinvestimento dos serviços públicos de sempre. É com um Governo de esquerda que os serviços de saúde atingiram o seu pior desempenho de sempre, uma política social desestruturante. Ao mesmo tempo que, ironicamente, o setor privado, atingiu ganhos que nunca tinha atingido noutra legislatura”.
Questionado sobre como é que vai devolver o “D” ao PSD, Montenegro diz que isso significa “dar nova dinâmica, mais determinação e diferença face ao PS. O PSD não pode ser uma espécie de Partido Socialista número dois, uma espécie de bengala sempre à disposição do PS quando este não consegue o apoio do PCP e do BE, que são os parceiros preferenciais de aliança política, como está refletido nos últimos quatro anos e já no início desta governação. Não temos de esperar pelo PS porque o PS não quer governar com as nossas ideias. O país e a democracia precisam de uma alternativa política”.
ZAP // Lusa
Este acha que o RR vai ser deputado com ele à frente do PSD??? Não conhece RR.
Não sou do PSD, mas sou do Norte e sei que RR vai mandar Luis Montenegro para a PQOP.