Entre 1 de novembro de 2014 e 31 de dezembro de 2018, as forças de segurança fizeram 114 mil avaliações de risco de violência doméstica. Em 74% dos casos, provou-se que os agressores usaram violência física contra a vítima e, em 8,5% dos casos, foi registado o uso de força física contra crianças.
Assim, 9697 menores sofreram agressões em contexto de violência doméstica, entre 2014 e 2018, segundo avança o jornal Público.
A mesma análise conclui ainda que 8,5% das vítimas – mais de 9.200 – estavam grávidas ou tinham um bebé com menos de 18 meses. Em 21% dos casos, a violência dos agressores estendeu-se ao resto do agregado familiar.
Os números, compilados a partir da base de dados da secretaria-geral do Ministério da Administração Interna, foram divulgados pelo psicólogo António Castanho, na conferência internacional “Violência Doméstica: O papel dos advogados”, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
Na conferência, o psicólogo lembrou que, em 14 anos, mais de mil crianças ficaram órfãs por causa de violência doméstica, segundo dados da associação de familiares e amigos de vítimas de femicídio (ACF). Durante o mesmo período, entre 2004 e 2018, um total de 503 mulheres foram assassinadas.
António Castanho recordou ainda que entre 1 janeiro de 2010 e 31 de dezembro de 2018 cerca de 84.767 das situações de violência doméstica registadas pelas forças de segurança foram presenciadas por crianças ou jovens. “A violência doméstica interrompe, destrói e tem impacto na vida de milhares de crianças em Portugal”, afirmou.
Este ano, de acordo com as notícias publicadas, foram assassinadas 30 pessoas desde janeiro de 2019: 24 mulheres e seis homens. Não existem ainda números oficiais divulgados.