O Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento foi atribuído a Ilham Tohti, defensor dos direitos dos uigure. Atribuído pelo Parlamento Europeu, distingue indivíduos e organizações que se destacam na luta pelos direitos humanos.
Segundo noticiou a EFE, citada pelo Público, Ilham Tohti, professor de economia, trabalha há duas décadas para promover o diálogo entre esta minoria e o Governo chinês. Em 2014 foi condenado à prisão.
Esta não é a sua primeira distinção. Já recebeu o Prémio PEN/Barbara Goldsmith Freedom to Write (2014), o Prémio Martin Ennals (2016) e o Prémio para a Liberdade da Internacional Liberal (2017), tendo ainda sido nomeado para o Nobel da Paz este ano.
Quanto ao Prémio Sakharov, o sul-africano Nelson Mandela recebeu o primeiro, em 1988. No ano passado o prémio foi atribuído a Oleg Sentsov, realizador ucraniano preso por se opôr à anexação da Península da Crimeia pela Rússia.
Três brasileiros constavam da lista de finalistas do prémio este ano. Marielle Franco, política e feminista assassinada em março de 2018 aos 38 anos, quando era vereadora da Câmara Municipal do Rio de Janeiro pelo Partido Socialismo e Liberdade. As investigações e as prisões indicam que esta foi mandada assassinar por grupos ligados ao imobiliário.
Raoni Metuktire (nascido cerca de 1930), conhecido como Chefe Raoni, é um líder indígena e ambientalista brasileiro. Do grupo indígena caiapó, uma tribo nómada da Amazónia, tornou-se uma figura emblemática da luta contra a desflorestação, diz o seu perfil no site do Parlamento Europeu.
E Claudelice dos Santos, também ambientalista do Pará, que se tornou militante da causa ambiental depois do assassínio do irmão e da cunhada que combatiam a exploração ilegal de madeira e a desflorestação da Amazónia.
Na lista estava também The Restorers, um grupo de adolescentes quenianas que combatem a mutilação genital feminina. O colectivo é composto por Stacy Owino, Cynthia Otieno, Purity Acheng, Mascrine Atieno e Ivy Akinyi e adotaram o nome The Restorers (as restauradoras) porque pretendem restaurar a esperança de raparigas que a perderam.