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Manter ministro da Educação “seria uma afronta” aos professores

Paulo Novais / Lusa

O secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira

Se o próximo Governo renomear o atual ministro da Educação para o cargo “será uma provocação aos professores”, disse Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof.

Esta segunda-feira, o líder da Fenprof lançou acusações ao Governo de António Costa – acusando-o de “acabar de vez” com os professores -, enquanto anunciava o regresso da greve ao sobretrabalho, que vigorou quase todo o ano letivo passado.

Segundo o Observador, Mário Nogueira aproveitou ainda para deixar um recado ao primeiro-ministro: se o próximo Governo renomear o atual ministro da Educação para o cargo “será uma afronta e uma provocação aos professores”, uma vez que Tiago Brandão Rodrigues encarou com “irresponsabilidade” os problemas da classe, “quando já estavam identificados, e ainda os agravou”.

“O corpo docente está envelhecido, desgastado, com muitos profissionais em situação de stress e de burnout, e o que estão a fazer aos professores é para acabar de vez com o corpo docente”, disse o sindicalista, durante uma conferência de imprensa, em Coimbra.

O secretário-geral da federação sindical chegou mesmo a acusar o Ministério da Educação de “estoirar” com os professores, ao sobrecarregar os seus horários para além das 35 horas semanais.

A partir desta segunda-feira, várias organizações sindicais, além da Fenprof, lançaram o pré-aviso de greve, com data de início e sem data de fim, a tudo aquilo que os sindicatos consideram “abusos e ilegalidades de horários”.

Em julho, sindicatos e tutela reuniram-se e, segundo Nogueira, o ministério de Brandão Rodrigues foi alertado “para os abusos e ilegalidades” que afetaram os horários do ano letivo anterior e que os professores esperavam ver sanados em 2019/20. “Os horários dos professores, não só continuam pejados de ilegalidades, como os problemas são em maior número e mais graves.”

“Este pré-aviso de greve destina-se a garantir que o horário semanal dos docentes seja efetivamente de 35 horas e não mais, bastando, para tanto, que os professores façam greve sempre que lhes for atribuída atividade que faça exceder, em cada semana, aquele número de horas de trabalho”, explicou a Federação Nacional de Educação (FNE), liderada por João Dias da Silva, em comunicado, citado pelo mesmo diário.

ZAP //

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