A bastonária dos enfermeiros, Ana Rita Cavaco, acusou esta segunda-feiira a ministra da Saúde de “perseguição pessoal” ao divulgar na véspera do arranque da campanha para as eleições da Ordem a decisão judicial relativa à sindicância quando esta não tem quaisquer efeitos práticos.
O Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa rejeitou a providência cautelar pedida pela Ordem dos Enfermeiros (OE) contra o Ministério da Saúde (MS) no processo de sindicância, anunciou hoje o MS, sublinhando que “a sentença hoje conhecida vem confirmar a legitimidade da sindicância determinada pela ministra da Saúde, pronunciando-se pela inexistência de fundamentos que inviabilizassem a sua realização”.
Em declarações à agência Lusa, a bastonária da OE, Ana Rita Cavaco, afirmou que a ordem foi notificada na sexta-feira da decisão, mas nem ligou porque já não tem efeitos práticos.
“A providência cautelar foi interposta no início da sindicância para impedir que as coisas acontecessem de uma determinada forma e a decisão chega já depois de a sindicância ser finalizada e, portanto, não tem efeito prático nenhum”, frisou.
“O que nós achamos é que para a senhora ministra, que será a próxima ou não, não sabemos (…) o efeito prático que tem é aquele que sempre teve sempre ao longo deste tempo que a Dra. Marta Temido é ministra que é uma perseguição pessoal porque amanhã [terça-feira] começa a campanha para as eleições da Ordem dos Enfermeiros”, afirmou.
A bastonária sublinhou que a ministra da Saúde “bem sabe” que divulgar agora esta decisão “não é vitória para ninguém” e que “visa apenas tentar criar alguma confusão neste período em que a ordem entra em processo eleitoral”.
Mas, vincou, “quem vai decidir dos destinos da sua casa e de quem quer à frente da sua Ordem nos próximos quatro anos são os enfermeiros”.
Dissolução dos órgãos da OE “não está nas mãos” da ministra
“Portanto, felizmente para nós e infelizmente para ela, relativamente à intenção que manifestou de pedir ao Ministério Público a dissolução dos órgãos da Ordem, essa é uma intenção que pode ter, mas não está nas suas mãos”, porque é “um processo administrativo que terá de pedir para o Ministério Público”.
Ana Rita Cavaco lembrou que o resto dos processos continuam a decorrer, nomeadamente o processo principal relativamente à sindicância e os processos-crime que a OE apresentou relativamente à forma como a sindicância foi conduzida.
“Também estamos agora em fase de responder ao relatório final do Ministério da Saúde, que tinha imensas imprecisões e inverdades, e mandámos também para a procuradora-geral da República”, disse.
“O único dado novo desde que não se fala da sindicância publicamente é que a senhora PGR respondeu à Ordem, dizendo que também tinha enviado a nossa resposta para o DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] que foi na altura para onde enviou o relatório final que a senhora ministra também tinha enviado para lá”, sustentou.
Agora, a OE aguarda a tramitação normal do tempo da justiça, rematou.
A Inspeção Geral das Atividades em Saúde iniciou a sindicância em 29 de abril, tendo a OE reagido com o requerimento de providência cautelar, admitida a 6 de maio, com o objetivo de suspender a eficácia da referida sindicância.
Em 8 de maio, a ministra da Saúde apresentou junto do Tribunal uma resolução fundamentada, no sentido da salvaguarda do superior interesse público, que permitiu à IGAS dar seguimento imediato à sindicância.
ZAP // Lusa
Juro que continuo a não entender o motivo de ter medo da sindicância, na verdade quem não deve não teme!
Se a Sra Ana Rita Cavaco tem tanto medo da sindicância é porque tem algo a esconder, este é o aspecto relevante e a conclusão que se pode retirar de tanta resistência à sindicância…
Coitadinha da vigarista!…
Já antes da Ministra não lhe faltavam processos… a começar logo pela sua Ordem – também não é qualquer bastonária que aumenta o seu próprio ordenado com efeitos retroactivos!!
Espero bem que os enfermeiros já tenham percebido que pessoa tem à frente da sua Ordem, se bem que, até hoje, nunca encontrei nenhum enfermeiro que a apoiasse…
Às vezes o problema não é ter ou não medo, ou algo a esconder. A questão pode ter a ver quando vemos que existe um atropelo às liberdades democráticas, e se envia a PIDE para entrar à força onde não se tem que meter o bedelho. Os órgãos são eleitos democraticamente pelos enfermeiros e só a estes existe razão para por em causa o exercício desses mesmo órgãos. A Excelentíssima Srª Dona Ministra não gostou (e pelos vistos levou bastante mal) que a Ordem estivesse ao lado dos enfermeiros durante a greve e esta foi uma forma de retaliação que arranjou para por em causa os dirigentes da mesma. Só que esquece-se que a Ordem existe para defender e estar ao lado dos enfermeiros e não da Excelentíssima e Eloquente Srª Ministra.
A Ordem dos Enfermeiros tem existido para esta bastonária politica vigarista (que praticamente nunca foi enfermeira!) pôr e dispor conforme lhe convém e, não acaso, que está em tribunal com outros membros da Ordem.
Além de todas as outras vigarices noticiadas, aumentar os seu próprio ordenado com efeitos rectroativos foi mesmo um golpe de mestre!!
“Bastonária dos Enfermeiros aumenta salários na Ordem com dois anos de retroativos”
expresso.pt/revista-de-imprensa/2018-08-17-Bastonaria-dos-Enfermeiros-aumenta-salarios-na-Ordem-com-dois-anos-de-retroativos
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“”Desordem”: gestão da bastonária da Ordem dos Enfermeiros investigada pelo MP”
tvi24.iol.pt/sociedade/ana-rita-cavaco/gestao-da-bastonaria-da-ordem-dos-enfermeiros-investigada-pelo-mp
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Coitadinha da bastonária; anda todo o mundo contra ela – agora até calhou bem esta guerra com a Ministra da Saúde!…