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Se tem problemas de coração, não é mal pensado ter um cão em casa à sua espera

Um estudo recente realizado na Suécia concluiu que o risco de morte de pessoas que têm cães (e que voltam para casa depois de um derrame ou de um ataque cardíaco) é menor do que aqueles que não tinham este amigo de quatro patas.

Segundo explica o Science Alert, os investigadores da Univerisade de Uppsala, na Suécia, recorreram a um grande registo nacional de saúde para elaborar uma lista de quase 182 mil pacientes, com idades entre os 40 e os 85 anos, que sofreram um ataque cardíaco agudo entre 2001 e 2012. Simultaneamente, recolheram informação de cerca de 150 mil pacientes, da mesma idade, que sofreram um derrame durante esse período.

Mesmo tendo à sua disposição os melhores cuidados médicos, a saúde do paciente pode piorar depois de sair do hospital e regressar a casa. No ano seguinte ao ataque cardíaco, cerca de 30 mil destes pacientes faleceram.

Há vários anos, os mesmos cientistas descobriram que, geralmente, aqueles que tinham cães tinham uma melhor saúde cardiovascular. Por isso, em 2019, decidiram analisar se isso se traduzia em maiores hipóteses de sobrevivência após um internamento hospitalar. Os resultados do estudo foram agora publicados na revista científica Circulation: Cardiovascular Quality and Outcomes.

Nos dois grupos de pacientes, aproximadamente um em cada vinte tinha cães. Ao comparar as taxas de mortalidade entre os donos de cães e o resto da amostra, a equipa descobriu não só que os nossos amigos de quatro patas estavam correlacionados com uma saúde melhor, mas também que eram um verdadeiro salva-vidas.

Para aqueles que moravam sozinhos com o seu animal de estimação, o risco de morte na sequência de um ataque cardíaco era um terço mais baixo. Mesmo se houvesse um parceiro ou uma criança em casa, um cão aumentava as hipóteses em cerca de 15%.

Os resultados foram semelhantes para os que tiveram um derrame: aqueles que moravam sozinhos na companhia de um cão tiveram uma queda de 27%, enquanto aqueles que, para além disso, tinham um parceiro ou criança, tiveram uma melhoria de 12%.

Além de analisar o risco de morte nos anos seguintes a ter um ataque cardíaco, a equipa analisou a probabilidade de um novo episódio pelo menos um mês depois. Para os donos de cães, essas hipóteses também caíram, em pouco menos de 10%.

No entanto, é precisamos contextualizar esta situação: o pior momento para aqueles que sobreviveram a um ataque cardíaco é o mês seguinte, com pouco mais de 1% de todos os pacientes a ter novamente um ataque, logo, isso cai para apenas 0,3% depois dos primeiros 30 dias. Portanto, em termos absolutos, as chances ligeiramente melhoradas para os donos de cães podem não ser assim tão grandes.

Os resultados precisam de ser melhor explicados, porém, tendo em conta estudos anteriores, é quase certo que um animal de estimação pode ‘fazer maravilhas’ pela nossa saúde, não apenas física mas também mental.

“Sabemos que o isolamento social é um forte fator de risco para piores resultados de saúde e morte prematura. Estudos anteriores indicaram que os donos de cães experimentam menos isolamento social e têm mais interação com outras pessoas”, diz a epidemiologista da Universidade de Uppsala, Tove Fall.

“Além disso, ter um cão é uma boa motivação para a prática de atividade física, que é um fator importante na reabilitação e na saúde mental”, acrescenta a investigadora.

ZAP //

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