O parlamento regional da Catalunha vai debater e votar na próxima segunda-feira, 07 de outubro, a moção de censura que o Cidadãos (direita liberal) avançou contra o Presidente independentista do governo regional, Quim Torra.
Os partidos independentistas têm a maioria dos deputados da assembleia regional, o que faz prever com um grau elevado de probabilidade que a proposta será chumbada.
A moção apenas é apoiada pelo Partido Popular da Catalunha (direita) e tanto o Partido Socialista da Catalunha (na esfera do PSOE) como outros partidos – independentistas ou não – já fizeram saber que se vão abster, porque não concordam com a possibilidade de o Cidadãos subir ao poder na região.
As moções de censura em Espanha incluem o nome de quem vai substituir a pessoa censurada, neste caso a líder regional do Cidadãos, Lorena Roldán, que seria a nova presidente regional caso fosse aprovada.
“Torra é o problema, mas o Cidadãos não é a solução”, segundo a líder parlamentar regional socialista, Eva Granados.
Por seu lado, a líder dos Comunes (versão catalã do Podemos, extrema-esquerda), Jéssica Albiach, assegurou que substituir Quim Torra por Lorena Roldán é equivalente a “meter o lobo a guardar as ovelhas” ou um “pirómano a apagar o fogo”.
Deverão votar contra a moção a coligação de dois partidos que apoiam o atual executivo regional: o Juntos pela Catalunha (direita, independentistas), formação à qual também pertence Carles Puigdemont, presidente regional anterior que está fugido na Bélgica, e Esquerda Republicana da Catalunha (ERC, esquerda moderada, independentista).
A moção de censura do Cidadãos, que pode ser retirada a qualquer momento, é a quarta apresentada nesta comunidade autonómica desde o início da transição espanhola em 1078. Desde 2015 que o parlamento regional tem uma maioria de deputados independentistas que apoiam executivos separatistas.