O Pentágono quer explorar a possibilidade de editar a composição genética de um soldado para o proteger contra ataques químicos e biológicos.
Por parecer um enredo de ficção científica, mas Steven Walker, diretor da Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (DARPA), revelou na passada segunda-feira que as Forças Armadas norte-americanas estão muito próximas de se tornar ainda mais intrusivas, caso os investigadores sejam capazes de editar, com sucesso, o genoma dos soldados.
A DARPA está a estudar esta possibilidade “para proteger um soldado no campo de batalha contra armas químicas e bacteriológicas controlando o seu genoma, garantindo assim que o genoma produz proteínas capazes de proteger automaticamente o soldado dos pés à cabeça”, explicou o responsável.
Walker reconheceu que a ideia pode soar um pouco heterodoxa, mas insistiu que os esforços de edição genética promovidos pela agência seriam, primordialmente, para proteger as tropas, e não para aprimorá-las. “Estas tecnologias são de uso dual: podemos usá-las para o bem ou para o mal. A DARPA está empenhada em usá-las para o bem, para proteger os nossos combatentes”, garantiu, num comunicado do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
A ciência ao serviço da defesa poderá fazer com que a DARPA vá ainda mais longe e consiga fornecer às Forças Armadas uma alternativa ao uso de vacinas. “Será impossível acumular vacinas e antivírus suficientes para proteger uma população inteira no futuro. No entanto, até agora, tudo o que temos é uma pesquisa”, advertiu Walker.
Ainda assim, segundo o Washington Examiner, o responsável sublinhou que é por este motivo que a DARPA está empenhada em reunir esforços para “transformar o corpo humano numa fábrica de anticorpos“.
Para que a técnica seja eficaz e útil, será necessário desenvolver ainda a capacidade de remover os genes editados – a chamada “remediação genética“. O programa Genes Seguros da DARPA terá com objetivo reverter os efeitos da já conhecida técnica de Redição genética CRISPR.